“Pentecostes” é um vocábulo grego e significa “quinquagésimo”. Nós cristãos normalmente, com essa palavra, recordamos o evento contado por Atos dos Apóstolos 2: depois que Cristo subiu aos céus, os discípulos, reunidos, receberam o Espírito Santo. Foi um acontecimento importante para o cristianismo. Nesse momento os primeiros cristãos receberam a força que encheu os seus corações e fez com que criassem coragem e pregassem a mensagem de Jesus. Todo ano essa recorrência é recordada, 50 dias depois da celebração da páscoa.

 

A festa hebraica de Pentecostes

Apesar da ligação que nós cristãos fazemos entre Pentecostes e vinda do Espírito Santo, contada por Lucas em Atos 2, a  festa em si vem da tradição hebraica, onde é chamada de Shavuoth (“semanas”). Acontecia 7 semanas, contando a partir do dia seguinte à Páscoa, no cinquentésimo dia depois da Páscoa. À base dessa festa existe uma tradição agrícula, que coincide com o início da colheita, seja de trigo que frutas e vegetais. Os agricultores agredeciam a Deus esse dom com ofertas das primícias. No cinquentésimo dia, cada família oferecia os seus dons derivados da colheita. Em Levíticos 23,34-44 são indicados os detalhes desta festa, celebrada até hoje pelos judeus. Veja aqui um aprofundimento sobre essa festa do ponto de vista judaico.

Com o passar do tempo, sobretudo depois da destruição do Templo, os judeus passaram a comemorar durante esta festa o dom da Lei, a Torah.

 

Ligação entre a festa hebraica e a festa cristã

À primeira vista, as duas festas parecem ter pouca coisa em comum. Todavia os símbolos usados pelos cristãos para recordar, na festa de Pentecostes, o dom do Espírito Santo recebido pelos apóstolos (língua de fogo e forte vento) lembram aqueles que testemunham a presença de Deus sobre o Sinai, onde a Lei foi doada ao povo hebreu, fato recordado na festa hebraica. São elementos que acompanham a Teofania, a manifestação divina. Portanto ambos os eventos são manifestações divinas.

Além disso os 40 dias - número cheio de significado, que é comum nas duas celebrações, recordam a necessidade do tempo de preparação para encontrar o Senhor.