Lembro dos tempos de criança, lá em Santa Catarina, onde quando alguém se suicidava não havia missa na igreja para o seu sepultamento. Isso sempre me impressionou. Hoje penso que há ainda igrejas que não realizam celebração quando alguém toma essa trágica decisão. Porém sei de outros lugares onde tais pessoas são igualmente levadas para a Igreja. De fato não tem uma norma sobre esse assunto, mas cada pastor ou pároco toma a decisão segundo o costume ou suas idéias.
A Bíblia ensina que Deus é o Senhor da vida e que ninguém tem poder sobre ela, exceto Ele mesmo. Portanto ninguém tem direito de matar outra pessoa e até mesmo essa doutrina deveria fazer com que refletíssemos a nossa relação com as outras criaturas. Lembro de Francisco de Assis que tirou um verme do caminho para que ninguém o matasse, passando por cima dele. Isso mostra como deve ser o nosso comportamento para com a vida. Penso que a mesma atitute deveríamos ter em relação à nossa própria vida. Portanto o suicídio é, sem dúvida, uma ação que não se identifica com uma conduta cristã.

Por outro lado é necessário refletir também sobre a misericórdia de Deus. Não cabe a nós julgar o que Deus reservou a cada um. Deus é o juiz e sabemos somente que a sua medida é diferente da nossa. Aqui entra a questão de justiça. A nossa justiça nem sempre condiz com aquela de Deus. É importante recordar João 7,24: não devemos julgar segundo a aparência, mas de acordo com a reta justiça. A reta justiça encontramos somente em Deus e devemos desconfiar dos nossos juízos.