Na Bíblia o fogo tem um significado especial. Levíticos 9,24 diz, por exemplo, que o fogo do altar do holocausto, o sacrifício, foi acesso diretamento pelo Senhor e por isso era mantido sempre acesso. Além disso, as aparições de Deus eram acompanhadas pelo fogo, que se torna sinal da teofania (Êxodo 3,2; 13,21; 19,18; Deuteronômio 4,11). A imagem do fogo é também usada para descrever certas características divinas, como a sua magnificiência (Ezequiel 1,4.13), a sua presença protetora (2Reis 6,17), a sua santidade (Deuteronômio 4,24), a justiça do seu juízo (Zacarias 13,9) e também a sua ira provocada pelo pecado do ser humano (Isaías 66,15).

Em consequência da ligação do fogo com a teofania, esse elemento aparece também em relação com o Espírito Santo, no Novo Testamento:
Mateus 3,11: Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandália. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
Atos dos apóstolos 2,1-3: Tento-se completado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar: De repente, veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre cada um deles.

Creio que poderíamos dizer que fogo do céu e fogo do Espírito são sinônimos. De fato céu, no imaginário comum, é o lugar do Espírito, de Deus. Fogo do céu é a manifestação de Deus, é a sua graça, a sua força que inunda os corações dos fiéis; é o Espírito Santo que vem sobre nós.