Daniel é um personagem bíblico que é colocado entre os profetas, embora não representa exatamente o profeta com o qual estamos costumado, pois não é alguém que traz uma pregação, enviado por Deus em missão junto de seus comtemporâneos, mas trata-se sobretudo de um exemplo, de um comportamento que impele os judeus à perseverança na observância da própria religião.

Tudo aquilo que sabemos dele encontramos no seu livro. São famosas as histórias da primeira parte do livro (capítulos 1-6) onde ele aparece, com 3 companheiros, a serviço de Nabucodonosor, na Babilônia. Os 3 companheiros são colocados na fornalha de fogo e depois Daniel é colocado, por sua vez, na cova dos leões. São situações das quais Daniel ou seus companheiros saem triunfantes e conquistam grande sucesso diante dos pagãos, que acabam por glorificar a Deus.
A segunda parte do livro é menos conhecida (capítulos 7-12), pois apresenta visões com que Daniel é favorecido: as quatro feras; o bode e o carneiro, as setenta semanas; a grande visão do tempo da cólera e do tempo do fim. Essa segunda parte tem um estilo apocalíptico (ou até se pode dizer que inaugura esse estilo, embora já podemos ver raízes disso em Eziequiel) e comunicam a revelação dum segredo divino, explicado pelos anjos, para os tempos futuros. É famoso o personagem "filho do homem", no capítulo 7, cujo império jamais passará.

Daniel é apresentado como alguém que vive a lei de Deus num ambiente hostil. Ele, nessa situação, é tentado a abandonar a observância da lei de Deus e a adorar outros deuses. Resiste em modo exemplar a estas tentações e é protegido por Deus.

O livro de Daniel tem uma curiosidade quanto à língua em que foi escrito. No original ele começa em hebraico, mas em 2,4 passa para o aramaico e continua assim até o fim do capítulo 7, para então retornar ao hebraico. Além disso, há dois capítulos (13 e 14) que aparecem somente na versão em grego do livro, que estão presentes na bíblia católica, mas não naquela protestante. Esses dois capítulos narram as histórias de Susana e o julgamento de Daniel (capítulo 13) e Daniel e os sacerdotes de Bel e Daniel e o Dragão (capítulo 14).