Jeremias 33,1-14 é uma profecia que anuncia a restauração de Israel. O versículo que você menciona diz: Assim disse YHWH: Neste lugar do qual dizeis: "É uma ruína, sem homens nem animais", nas cidades de Judá e nas ruas desoladas de Jerusalém, onde não há nem homens nem animais, escutar-se-ão de novo gritos de alegria e gritos de júbilo....

Jeremias foi um profeta que viveu num período político movimentado. Nasceu por volta de 650 antes de Cristo e foi chamado em 626, quando era rei de Judá Josias, que promoveu a grande reforma religiosa e a restauração nacional. As esperanças suscitadas com essas iniciativas foram sufocadas com a sua morte, em Meguido, em 609. Além disso houve uma verdadeira reviravolda no cenário do Oriente, caracterizada pela queda de Nínive, em 612, e pela expansão do império caldeu. Em 605 Nabucodonosor, imperador caldeu, impôs o seu domínio sobre a Palestina. Mais tarde, Judá, instigado pelo Egito, rebela-se contra os caldeus, sendo conquistada por Nabucodonosor em 597, quando são deportados os primeiros judeus para a Babilônia. Jeremias permanece em Jerusalém. Dez anos mais tarde houve uma nova revolta e dessa vez Jerusalém é destruída, com o Templo, e mais judeus são deportados.

Jeremias convive com essa situação e prega, anuncia a ruína e ameaça os reis que subiam ao trono de Davi, incapazes de governar em modo correto. Por tudo isso foi acusado e inclusive colocado na prisão.

Jeremias não foi deportado e permanceu em Jerusalém mesmo depois de 587. Porém, quando foi assassinado o representante do império caldeu, Godolias, foi para o Egito, acompanhado por um grupo de judeus que temiam represálias.

A passagem em questão tem como contexto o segundo assédio contra Jerusalém, por parte de Nabucodonosor. O povo é desesperado e o papel do profeta é dar esperança, levantar a moral e fazer com que ele olhe adiante.