O dízimo era uma prática muito comum no Antigo Testamento (em hebraico ma‛ăśêr "“ veja Levítico 27,30-32). O objetivo básico dessa prática era reconhecer a dádiva divina, com a qual o ser humano consegue viver. Aos poucos essa "taxa"se tornou também sinal de solidariedade e expressão de participação na comunidade. Por isso, no Novo Testamento, Jesus condena aqueles que praticam esse gesto como um simples ritual e não como expressão do modo de ser. De fato, lemos, em Mateus 23,23, palavras muito fortes de Jesus contra os escribas e os fariseus: Ai de vós, hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas omitis as coisas mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Importava praticar estas coisas, mas sem omitir aquelas.

Nas comunidades de hoje o preceito do dízimo ainda vige. Isso acontece nas comuniadades evangélicas, católicas e também entre os judeus. Poucos praticam e exigem a "décima"parte do proveito que temos, mas existem outros valores que procuram manter vivo o espírito da lei.

Entre os judeus não existe uma lei internacional, que acomuna todas as comunidades na mesma regra. Cada comunidade é organizada em modo diverso. Muitas vezes as comunidades dos judeus são formadas por escolas, bibliotecas, museus, além da própria sinagoga. A contribuição visa essencialmente manter esses espaços e contribuir à expansão dos serviços oferecidos.

Posso falar da comunidade dos judeus de Roma, onde vivo. Graças a uma página da revista Shalom, de dezembro passado, podemos dizer o seguinte a respeito do dízimo nesta comunidade:

"As comunidades dos judeus sobrevivem somente se existem judeus, mas conseguem oferecer serviços (escolas, Talmud Torà, assistência religiosa, formação cultural, etc.) somente graças às contribuições: odiadas, às vezes aceitadas passivamente e raramente acolhidas com conhecimento.
A capacidade de contribuição de cada um de nós se baseia no mecanismo seguinte: quem mais tem, mais deve contribuir com as despesas gerais, necessárias para o funcionamento de um grupo.
Na comunidade de Roma a contribuição é calculada aplicando porcentais crescentes dependendo do total da renda que cada um tem: até 1.549 euros se paga 2,8%; até 7,746 euros se aplica 3,2%; até 15.900 euros a taxa é e 3,6. Quem ganha mais do que isso paga 4%."

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