Diferentemente do original, a esta versão foram acrescidos prefácio, introdução, comentários, conclusão e apêndice. De fato, por ser tratar de uma edição comentada, à medida que iremos lendo as questões, apresentam-se, em notas de rodapé, comentários, explicações e excertos bíblicos que conceituam e aprimoram a leitura e compreensão do catecismo, a fim de melhor elucidar as temáticas atuais abordadas, uma vez que muitas outras discussões, a nível teológico e ecumênico (acordos, declarações e encíclicas), transcorreram-se depois da sua editio princeps. [...]
Resolvemos tecer comentários bíblicos, dos diálogos e dos documentos ecumênicos, em notas de rodapé, pois a discussão ecumênica é conditio sine qua non para o contexto sócio-religioso onde estamos inseridos e sempre se fez presente na história de nossa Igreja, principalmente porque essas temáticas são bastante atuais e abordadas, por teólogos de diferentes tradições cristãs, desde os inícios das primeiras décadas do século XX.
Esses comentários serão subsídios imprescindíveis para catequistas, seminaristas e ministros religiosos que buscam um melhor aprofundamento nas questões teórico-teológicas e, oxalá, para aqueles que, ao desconhecerem a história da Igreja Ortodoxa Siríaca, bem como a sua teologia, sua sucessão apostólica e sua importância histórica ao processo de desenvolvimento do cristianismo primitivo, acabam levantando a bandeira da ignorância e da intolerância religiosa.
Na verdade, desde a antiguidade, os padres da Igreja foram os pioneiros nos estudos e comentários sobre a Bíblia Sagrada e a sua tradução em várias línguas. Além disso, nossos mosteiros e igrejas estão repletos de cópias que nossos monges e padres escreveram na língua siríaca. É bem verdade porque se, supostamente, desaparecesse “todas as Bíblias Siríacas do mundo [...], nós poderíamos reconstituir a Bíblia Sagrada a partir das anotações nos escritos de Santo Efrém, o Siríaco, do quarto século” (CATECISMO, 2012, p. 20-21)