Olá Michelle,

 

Para entender um pouco o que  o texto  de Is 1 diz, precisamos ver a situação a que  se refere. Isso está no tempo dos reis de Judá, Uzias (Ozias), Jotão,  Acaz, e no início da dominação assíria, entre  736 a 716 aC., cf. 2 Rs 15, 32-38; 16, 1-20. O rei deveria ser o primeiro a zelar pela observância da Aliança, ou seja, de manter-se fiel a Deus e também fazer com que o povo permanecesse fiel ao único Deus e Senhor de Israel. Porque foi Ele quem libertou o povo de Israel da escravidão do Egito, o guiou pelo deserto, e propiciou sua entrada e estabelecimento na terra prometida.

Mas não foi isso que fez o rei Acaz, pelo contrário, prestou culto a diversas divindades, como os reis do Norte, do reino de Israel, também fizeram, ignorando o verdadeiro culto a Deus. Inclusive segundo 2 Rs 16,3, ele chegou a sacrificar seu filho, queimando-o em um ritual a outra divindade.  O Deus do Êxodo, da libertação da escravidão no Egito e da Vida, não exigiu do seu povo sacrifícios de pessoas, mas sim que mantivesse fidelidade à Aliança. Cf. Ex 19, 5;  Dt 7,6-9. O rei Acaz desvirtuou-se e pelo seu exemplo, levou também o povo a  ignorar a fidelidade a Deus. Não seguiu como está determinado em Dt 6, 4-6: “Ouve Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças”.

A prática de adoração a outras divindades acontecia em Canaã e o povo de Deus, tanto em Judá (no Sul) como em Israel (no Norte), deixou-se influenciar por isso, e  também dedicou-se a elas. Por esse motivo os profetas vão advertir os governantes e o povo para que se mantivessem fiéis a Aliança com o Senhor Deus. Porque é preciso seguir o que Deus havia dito: “Não seguirás outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que tiver à roda de ti ”. Dt 6,14. O profeta Isaías constata que o povo abandonou o Senhor, blasfemou contra o Santo de Israel e afastou-se dele, cf. Is 1,4.