Olá Alessandra de Ipiaú / BA ! Este trecho do evangelho de Mateus 6,19-34 vem depois do anúncio das bem aventuranças, e argumenta a questão da escolha fundamental. Para que esta escolha fundamental aconteça na vida do temente a Deus é necessário deixar para trás tudo aquilo que provoca injustiça, que produz a miséria e a fome de tantos. Mateus quer explicar para os cristãos judeus de Jerusalém o significado da primeira bem aventurança “Felizes os pobres em espírito...” (Mateus 5,3). Para viver em “espírito de pobre” é necessário renunciar aquilo que é contrário, isto é o “espírito de rico”. O que presenciamos é que onde existe o acúmulo de bens materiais, vai aparecer a desigualdades entre as pessoas fonte das injustiças. As bem aventuranças anunciam a busca da fraternidade, da justiça, sinais que Deus vive no nosso meio.
Em resumo: Mateus em 6,25-34 mostra que os pequenos vivem mergulhados em preocupações: comida, bebida, contas mensais para pagar, buscam a saúde, escola para os filhos devem pagar aluguel etc. Num sistema gerador de injustiça aparece a angústia, o desespero por não saber o dia de amanhã, se vive mal e porcamente com o mínimo necessário.
O evangelista apresenta nas palavras de Jesus um contra ponto falando dos pássaros e dos lírios do campo. Eles não têm preocupações nem se angustiam. Assim acontece com eles porque são pássaros e lírios, nada mais. São assim por providência divina. Neste ponto é que se apresenta a diferença entre o ser humano os pássaros e lírios. O ser humano é muito mais que estes outros dois seres.
O problema da pobreza na humanidade só se resolverá atingindo a raiz do próprio mal. Deverá ser repensada a distribuição dos bens, as desigualdades entre os seres humanos, em decisões acertadas que beneficiam a todos os seres e direcionem a história da humanidade.
Concluindo: Pássaro será sempre pássaro. Lírio será sempre lírio. Mas o ser humano deve ser humano na plenitude. Ele é feito a imagem e semelhança de Deus.
O amanhã só será melhor se lutarmos no hoje buscando em primeiro lugar a justiça de Deus.