A resposta depende da perspectiva com a qual tratamos a missão de Samuel, se o consideramos como um profeta ou como um governante, um juiz.
Segundo a história deuteronomística, Samuel foi o protagonista da instauração da monarquia em Israel. Foi o escolhido para fazer a transição dos juízes para os reis, como sistema de governo do povo eleito. Meio juiz, meio profeta, foi ele que ungiu o primeiro rei de Israel, Saul (1Samuel 9). Nesse sentido, como governante de Israel, ele é sucessido por Saul.
Mas ao mesmo tempo Samuel é um profeta: é o enviado por Deus para chamar a atenção do povo a respeito do perigo que a monarquia pode ser, quando o povo pede que ele escolha um rei para eles (1Samuel 8) e quando ele se retira e diz que quem marchará diante do povo é, daquele momento em diante, o rei (1Samuel 12).
Mais tarde é também Samuel que unge o sucessor de Saul, Davi, o segundo rei (1Samuel 16). Depois disso Samuel desaparece, na narração bíblica.
Se considerarmos Samuel como um profeta, o seu sucessor seria Natã, pois é ele que aparece como profeta durante o reinado de Davi. Foi ele que comunicou ao rei a promessa de Deus de fazer do seu reino um reino eterno (2Samuel 7,1-17). Foi ele também que condenou Davi pelo seu pecado cometido com Betsabeia (2Samuel 12,1-15.35).