A característica mais conhecida do personagem Jó é a sua paciência (veja Tiago 5,11). É normal escutar a expressão "paciência de Jó", que define uma pessoa particularmente paciente. A menção que você faz à "prudência"de Jó não é muito comum. De qualquer forma tem uma lógica: o livro de Jó é colocado entre os livros sapienciais e sabemos que a "prudência"na Bíblia está incluída na "sabedoria". Eclesiástico 1,4 diz: Antes de todas essas coisas foi criada a Sabedoria, a prudência existe desde sempre.

O livro de Jó conta que ele era uma pessoa rica, que se destacava entre os sábios. Com o consentimento de Deus, Satanás priva Jó de sua riqueza, de seus 10 filhos e lhe tira também a saúde. As pessoas próximas a ele interpretam essas disgraças como uma punição divina pelos pecados graves que ele cometeu e por isso decidem expulsá-lo da cidade. A sua esposa também pensa assim e lhe aconselha de amaldiçoar Deus, apressando, desta maneira, o seu fim. Também os seus 3 amigos, Elifaz, Bildad e Zofar, têm a mesma opinião, mas, como luto, sentam-se ao seu lado, na miséria, durante 7 dias. Eles levantam todos os eventuais motivos que poderiam ter causado a desgraça a Jó. A discussão entre os 4 personagens evidencia a falência teologia tradicional em interpretar um destino humano fora do normal.

Apesar de todo o sofrimento, Jó não se revolta contra Deus, que, no final, cura Jó, que tem outros filhos e redobra a sua riqueza.