A idolatria, o culto aos deuses estrangeiros, aos ídolos, é uma crítica constante dos profetas em relação ao comportamento do povo eleito, durante a narração da história do povo de Israel. O caso mais emblemático é a própria vida do Rei Salomão, que, embora Deus lhe tivesse dado tanta sabedoria, deixou com que seu coração se convertesse aos deuses de suas inúmeras esposas estrangeiras (1Reis 11,1-8).
E a admoestação a lutar contra ela está também no novo testamento. Basta citar 1João 5,21: "Filhinhos, guarda-vos dos ídolos". E também Paulo, em 1Coríntios 10,14: "deveis fugir da idolatria".
O que está por trás da idolatria é o abandono da estrada de Deus, do seguimento do seus ensinamentos, o afastamento dEle.
Hoje a nossa interpretação sobre esse tema, muito importante na Bíblia, se encontra ofuscada por uma ideologia que limita muito a sua leitura. Tenho certeza que a sua pergunta também sofre dessa ideologia. Ligamos imediatamente o assunto "idolatria" ao culto dos santos, pelos católicos. Isso significa limitar muito a discussão sobre esse aspecto da teologia bíblica. Há vários católicos, ingênuos na própria fé, que transformam os santos em ídolos e, de forma inconsciente, expressão de forma errada o seu culto. Todavia temos certeza que essa não é a doutrina oficial dos católicos, que vê nos santos um modelo a ser seguido que pode conduzir a Jesus, nosso único salvador.
A posição de muitos de nós contra o culto católico não nos permite ver que a idolatria pode também esconder-se atrás de atitudes típicas do nosso cotidiano, tais como o culto à beleza, a busca desenfreada dos bens de consumo, uma vida cheia de luxo em detrimento de pessoas muito pobres, a busca do poder, etc.