É uma pergunta fácil de responder: não é verdade que Jesus deixou a Igreja Católica. Mas é muito importante aproveitar a chance para explicar algumas coisas.
É evidente que quem diz uma frase desse tipo tem uma ambição ingênua, além de falta de conhecimento histórico. Jesus não deixou nem a Igreja Católica e também não deixou a Igreja Protestante. Ambas as igrejas não existiam, quando Jesus veio entre nós. Jesus foi um judeu e existia somente a comunidade dos judeus. Ele viveu intensamente o seu ser judeu e, com sua dedicação, inaugurou uma nova era, cumprindo as promessas anunciadas pelos profetas. Nesse sentido podemos dizer que ele inaugurou o cristianismo, a Igreja, que era unida, única. Os apóstolos levaram adiante a sua mensagem e com o empenho deles a comunidade aumentou.
No início não havia divisões entre os cristãos, como bem lembra Atos dos Apóstolos 2,42-47. As divisões nasceram mais tarde e são expressões do pecado do ser humano, que tende a afastar-se de Deus, que criou a comunidade para ser una, para ser sinal visível da íntima união que existe dentro da Santíssima Trindade.
Enquanto existirem múltiplas igrejas, estaremos aquém de sermos sinais da presença de Deus no mundo e a oração de Cristo, presente em João 17,20-21, não se realiza. O sonho de Jesus, como lembram esses versículos, é que "todos sejam um".