O contexto no qual podemos inserir o capítulo 3 de Daniel é o período que vai entre 595 e 590 antes de Cristo. Em Jerusalém tínhamos como rei o terceiro filho de Josias, Zedequias, colocado no trono já por intermédio dos babiloneses. O rei foi muito criticado por Jeremias pela sua incapacidade de ser fiel a Deus.

Enquanto isso, o rei de Babilônia, Nabucodonosor, sofria uma grande revolta provocada pelos súditos na própria terra. Esse pode ter sido o contexto que inspirou a contrução da grande estátua de ouro, na planície de Dura, representante do rei, a qual todos os súditos foram convocados para adorá-la. Três judeus (Sidrac, Misac e Abdênago) são acusados de rejeitar o convite e não adorar, através da estátua, ao rei de Babilônia. Eles eram pessoas da administração de Nabucodonosor, provavelmente levadas para o exílio nas primeiras deportações de Jerusalém. Por causa deste ato são condenados à fornalha. Porém eles, milagrosamente, ficam ilesos ao fogo e por fim o rei Nabucodonosor acaba bendizendo o Deus dos judeus e promulga um decreto: Todo aquele que falar com irreverência contra o Deus de Sidrac, Misac e Abdênago, pertença ele a que povo, naçõa o u língua pertencer, seja feito em pedaços e sua casa seja reduzida a escombros, pois não há outro deus que possa libertar dessa maneira(Daniel 3,29).

Creio que não podemos dizer onde era o Campo de Dura. Obermeyer sugere que tal localidade fica perto de nahr Dura, um pequeno afluente do Eufrates, a uns 10 quilômetros no sul de Babilônia. Contudo a sua tese não é provada. A literatura rabínica (Tamude de Babilônia, Folio 92a) diz que a planície de Dura vai do rio Eshel até Rabbath. É interessante notar que a mesma fonte diz que foi neste lugar que Ezequiel profetizou aos "ossos secos"(Ezequiel 37)