Olá Aparecida Carvalho de Jaboatão dos Guararapes / PE!

 

Pergunta muito importante em uma época em que a mulher procura ocupar seu lugar na Igreja. Pouco a pouco, a mulher esta desempenhando seu papel, que somente ela pode realizar, e ajudar junto com o homem na evangelização e condução da humanidade nos caminhos de Deus.

Jesus mostrou qual a vontade de Deus e qual o papel da mulher no seu Movimento.  

Jesus e o ministério das Mulheres: As discípulas de Jesus:

 

Jesus criou um Movimento novo, rompeu uma série de preconceitos culturais e entre suas inovações está o discipulado feminino. No discipulado, eram admitidas mulheres, em igualdade de condições com os homens. Jesus convive com elas, conversa, quer em particular, quer em público, procura escutá-las. Elas participam ativamente e são beneficiadas com milagres e curas. Quebra os preconceitos da impureza, deixa-se tocar pela hemorroíssa. Ele mesmo toca o cadáver da filha de Jairo conforme (Mc 5,25-43).

Jesus não se esquiva de ser tachado de imoral e escandaloso, pelos fariseus, enquanto desafia os preceitos legais e entra em casa de mulheres que viviam sozinhas, como a de Marta e Maria (Lc 10,38-42).

 

O Movimento de Jesus e as Mulheres:

 

Outra prática inconcebível para um rabino da época seria ter um grupo de mulheres que abandonassem seus lares para seguí-lo, viajando com Ele (Lc 8,1-3). Mas, a atitude de Jesus, com relação às mulheres é em muitos sentidos inovadora, até mesmo revolucionária.

Para ser discípulo de Jesus precisava: chamado, seguimento, serviço, visão, escuta e missão. As mulheres preenchem esses requisitos e se inserem nessa missão, desde a Galiléia até Jerusalém (Mc 15,40-41).

Quando Jesus foi preso e condenado, os discípulos fogem. As mulheres arriscaram suas próprias vidas, permaneceram ao pé da cruz, foram ao sepulcro, creram e difundiram a ressurreição. Elas participam, portanto, de todos os fatos e acontecimentos.

Jesus chama as mulheres: no caso do seu discipulado, há um chamado por parte dele, isto é, o mestre toma a iniciativa, costume diferente de outros filósofos e rabinos. Jesus rompe as discriminações e chama os “impuros”, como o publicano Levi, zelotes, como Simeão e mulheres como Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé.

As mulheres com gratuidade e prontidão dão resposta e tem presença marcante no discipulado de Jesus. As mulheres seguiam e serviam Jesus, conforme Mc 15,41. O mesmo Evangelista em 14,3-9 diz que uma mulher anônima unge a cabeça de Jesus com perfume de nardo puro (óleo perfumado, muito caro por causa de sua escassez). Essa era uma prática típica dos profetas, quando ungiam os reis: sinal de que as discípulas perceberam, na convivência com Jesus, o seu messianismo.

Essa mulher é Maria Madalena que foi a primeira a ser enviada para anunciar a Ressurreição, foi a primeira a ser “ordenada” para o serviço da evangelização. Portanto houve mulheres discípulas e apóstolas que exerceram seus ministérios.

Maria Madalena se destacou entre os homens e mulheres que seguiam Jesus rompendo preconceitos, superou barreiras para chegar até Jesus ungindo-lhe os pés. Assim, Jesus aprova esse gesto de amor e confirma “em verdade vos digo que, onde quer que venha a ser proclamado o evangelho, a todo mundo, também o que ela fez será contado em sua memória” (Mc 14,9). Ela que padeceu aos pés da Cruz, foi compensada com a Boa Nova da Ressurreição e a anunciou aos onze e a todos os outros (Lc 24,9).

 

Marta e Maria foram amigas e discípulas de Jesus, pertenciam ao Movimento de Jesus.

 

Maria é elogiada pelo próprio Cristo dizendo: “ela escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (Lc 10,42), isto é, porque ficou sentada aos pés do Senhor escutando-lhe a Palavra (Lc 10,39). Era assim que um rabino formava os seus discípulos, sentados aos seus pés, escutando sua palavra. Aqui Jesus aplica essa prática a uma discípula mulher.

Marta, sua irmã, não fica para trás em termos de discipulado. Na morte de Lázaro, ao chegar Jesus, ela corre ao seu encontro e confessa a sua fé e aguarda a atitude de Jesus. O milagre consumado ela sai proclamando para todos. Foi considerada diaconisa.

Marta e Maria representam a acolhida da mulher para com os seus hóspedes onde o próprio Jesus era recebido com alegria e amizade após suas peregrinações e exaustivas pregações.

 

MARIA DE NAZARÉ, a Mulher pertencente ao Movimento de Jesus

 

Quando falamos da mulher, sob o ponto de vista bíblico, temos que falar em Maria: a mulher Maria de Nazaré. Ela viveu num tempo e num espaço, num contexto determinado, inserida em estruturas familiares, sociais, econômicas, políticas e religiosas.

Maria é apresentada como modelo para a mulher cristã. Vive na passagem do Antigo e o Novo Testamento, experimenta o que quer dizer ser mulher no judaísmo patriarcal, ao mesmo tempo em que participa e saboreia o gosto da Boa Nova trazida por Jesus. Ela toca na vivência a nova experiência comunitária libertadora que seu Filho inaugura, tratando as mulheres como iguais e integrando-as no projeto salvador do Reino de Deus. Sem deixar de viver, portanto, toda a imensa riqueza do Judaísmo e da reflexão de fé de seu povo, Maria é portadora, de uma nova esperança e um novo modo de ser mulher.

Maria é para a mulher uma nova perspectiva de crer, de falar, de esperança e caminhos. Ela não é apresentada como estilo de mulher alienada, passiva e submissa, mas alguém que foi plenamente mulher de seu tempo, integrada na esperança e na luta de seu povo, participando com o melhor de sua força no projeto histórico do Reino de Deus.

Deus criou homem e mulher para a igualdade entre eles. Na pessoa de Maria de Nazaré, Deus fez a plenitude de suas maravilhas. É na carne e na pessoa de uma mulher que a humanidade pode ver, então, sua vocação e seu destino levados a bom termo, a criação chegada à sua meta. Maria com seu SIM a Deus, disse NÃO a tudo que se opunha ao plano de Deus, deixando assim, às mulheres um exemplo de luta para essa igualdade da criação. Em Maria, as mulheres encontram um reforço e uma ajuda na sua caminhada e na sua dura luta em direção à igualdade e à libertação.

 

Concluindo:

 

O Evangelho de Marcos mostra que as mulheres “serviam” a Jesus. Em consequência “se estas mulheres “serviam” a Jesus, é porque de alguma maneira pregavam o Evangelho de Jesus e seus ensinamentos, curavam os doentes, expulsavam demônios e realizavam funções idênticas dos demais discípulos, e não porque cumpriam exclusivamente as tarefas de “cozinha e limpeza”.

 

A sociedade patriarcal que Jesus encontrou Ele não quis sacralizar. Ao contrário “fundou um Movimento de varões e mulheres na contramão dos rabinos de sua época, que não admitiam as mulheres em suas escolas, nos serviço religioso etc..”. Jesus não somente as acolhe, mas escuta e dialoga com elas, “como com pessoas livres”, em igualdade com o homem.

 

No Movimento de Jesus as mulheres foram às seguidoras mais fiéis e radicais de Jesus. “De fato, ao chegar à prova da Cruz, os doze Lhe abandonaram, fugiram; elas, ao contrário, permanecem fiéis até o final”.