É uma resposta que não somos capazes de dar. Quanto mais voltamos no tempo, em relação à história bíblica, as informações exatas são mais difíceis de recuperar. A Bíblia faz uma leitura teológica da história e os autores não tinham a preocupação historiográfica típica de hoje.
Através dos primeiros livros da Bíblia, sabemos que os filhos de Jacó, por causa da carestia em Israel e da estima que José, que os irmãos venderam como escravo, tinham junto à casa do Faraó, acabaram emigrando para o Egito, onde foram bem acolhidos. Passado algum tempo, os egípcios se tornaram hostis a Israel e os descendentes de Jacó foram escravizados, até que Moisés foi chamado por Deus para libertá-los e reconduzi-los à Terra Prometida.
É verdade que há uma passagem, em Êxodo 12,40, que fala de 430 anos. Assim encontramos traduzido na Bíblia de Jerusalém: A estada dos israelitas no Egito durou quatrocentos e trinta anos.
Essa mesma passagem é relembrada em Atos dos Apóstolos 7,6 e também, por Paulo, em Gálatas 3,17. Mas graças a elas a sua interpretação é clara. De fato não se fala da estadia dos hebreus no Egito, mas do período desde a saída de Abraão da sua terra até o momento em que o povo foi libertado por Moisés. Essa leitura é confirmada pelas variantes presentes na LXX, na versão grega da Bíblia e também pela leitura da bíblia dos samaritanos. Até mesmo o histórico José Flávio diz que os hebreus "deixaram o Egito no mês de xanthicos (mes de nissán no calendário hebraico), 430 anos depois da vinda de Abraão para Canaã (Antiguidades Judaicas, II, XV, 2).
Apesar do parágrafo anterior, repetimos quanto dissemos no início: é impossível estabelecer com exatidão quanto tempo o povo ficou no Egito.