A sua questão suscita a curiosidade de tantas pessoas. A pessoa mais velha que encontramos na Bíblia é Matusalém, que morreu com 969 anos (Gênesis 5,27). Os patriarcas, que viveram antes do dilúvio, de Adão até Noé, viveram, segundo o texto sagrado, de 969 a 365 anos e até o período de Abraão a idade das pessoas variava entre 600 e 180 anos. No período que vai de Abraão até Josué a Bíblia fala de uma média de vida que vai de 180 a 110 anos (Gênesis 35,28; 50,26; Josué 24,29).

A respeito destes números temos que ser categóricos, sem medo de errar: não se trata de anos reais, pois esses números são referidos somente a personagens bíblicos inseridos dentro de uma linha genealógica que tem como intenção mostrar como as promessas divinas sejam efetivamente reais e fiéis. Portanto são números simbólicos e a sua razão não deve ser buscada em cálculos e hipóteses estranhas.

A longevidade é dom de Deus (Salmos 21,5), que é concedida àqueles que vivem segundo a vontade divinda (Jó 36,11; Provérbios 3,2; 16,31). As promessas divinas ligam o número de anos de vivência com a observância dos mandamentos. Onde Deus encontra a obediência humana a tais promessas, como em Moisés e em Caleb, garante ao homem, apesar dos anos avançados, a conservação das energias físicas (Deuteronômio 34,7; Josué 14,10; Salmos 92,15), enquanto que o juízo de Deus pune a pessoa antes que esta chega à velhice (1Samuel 2,31.32). É por isso que mais tarde, na literatura sapiencial, o fato que os ímpios vivem mais do que os fiéis se torna um motivo de tentação e de escândalo (Jó 21,7.13).