A vida eterna é um mistério da fé. Acreditamos nela, pois Jesus mesmo nos disse que prepararia um lugar para nós (João 14,2), mas não sabemos como será.
É muito difícil, na sociedade atual, que quer tocar tudo e ver como cada coisa é feita, continuar mantendo a esperança em um Mistério. Entendo Mistério não como algo espetacular, misterioso, escondido, mas como uma realidade que é assim tão grande que não conseguimos admirar toda a sua realidade, tudo aquilo que ela compreende. Usando uma metáfora, o Mistério é como o sol: você olha para ele, mas não consegue decifrá-lo bem, ficando um pouco 'acegado'. Acho que foi o que aconteceu com Paulo, quando indo para Damasco, perseguir os cristãos, encontrou Cristo pelo caminho. A Bíblia conta que ele ficou cego.
Eu creio que seja normal projetar as nossas situações de felicidades como realidades da vida eterna. É por isso que, se vivemos bem em família, queremos viver tudo isso também na Vida Eterna. Todavia, vendo um outro lado da moeda, há pessoas que vivem mal em família e, quem sabe, não gostariam que tal realidade se repetisse. Por isso, a relação familiar pode ser um parâmetro de vida eterna para alguns, mas não para outros.
Não sei como será e nem a Bíblia nos diz. Penso que não seja errado pensar que os momentos de felicidade que vivemos aqui sejam expressões da felicidade radical que nos espera na glória de Deus.
Há algum tempo respondi a uma pergunta muito parecida: O que a Biblia diz sobre a morte e a familia? Será que um dia estarão juntos todos? Continuarão a ser membros da mesma família?