A criança, a vida da infância, faz parte da vida do povo de Israel como da nossa hoje. Por isso na história bíblica é normal encontrar fatos inerentes às crianças. O ponto de partida é que no judaísmo existia um grande amor por elas: Os filhos são a herança de Iahweh, é um salário o frutro do ventre! Como flechas na mão do guerreiro são os filhos da juventude (Salmo 127, 3-4).
A partir de Levítico 27,6 (entre um mês e cinco anos, o homem será avaliado em cinco siclos de prata e a mulher em três siclos de prata), se deduz que existia muita mortalidade infantil, tanto que no primeiro mês de vida a criança não tinha nenhum valor (em relação a esta tabela de valores estabelecida em vista de anular certas promessas feitas). O menino, 8 dias depois do nascimento, era circuncidado e recebia um nome (Gênesis 17,12; Lucas 1,59). Nos primeiros anos de vida a criança era responsabilidade da mãe (Provérbios 6,20; 31,1), que dava de mamar à criança durante 3 anos, segundo 2Macabeus 7,27).

Entre os deveres das crianças está o mandamento de obedecer aos pais (Êxodo 20,12). No Novo Testamento, contudo, também os pais precisam prestar atenção a não provocar a raiva das crianças (Éfésios 6,1-4; Colossenses 3,20).

Nos evangelhos, em Matteo 18:1-4 encontramos uma passagem muito importante. Jesus diz aos seus discípulos que precisam ser como as crianças. O contexto é aquele da disputa entre os discípulos que tentavam descobrir quem era o maior. Jesus, então, para recriminá-los, diz esta frase. O termo grego usado é "paidion", que indica o neném, diminuitivo de criança ("pais"). Ora, o que Jesus quer dizer é que a criança pequena põe toda a sua confiança nos pais e não pretende ser grande: quando tem frio tem certeza que os pais lhe arranjarão o agasalho adequado. É essa atitude de confiança que Jesus pede aos discípulos, invés da competição (cf. Romanos 12,16).

Transmitindo ensinamento parecido, encontramos outro texto importante, que mostra o contato de Jesus com as crianças, encontra-se em Lucas 18,15-17: Traziam-lhe até mesmo as criancinhas para que as tocasse; vendo isso, os discípulos as reprovavam. Jesus, porém chamou-as, dizendo: "Deixai as criancinhas virem a mim e não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus. Em verdade vos digo, aquele que não receber o Reino de Deus como uma cirancinha, não entrará nele"

Há outros textos que podem inspirar ulteriores reflexões:

Provérbios 20,11 - Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra é pura e reta.

Provérbios 22,6 - Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.

Provérbios 22,15 - A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela.

Provérbios 23,13 - Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá.

Provérbios 29,15 - A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe.

Mateus 21,16 - E disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?

Lucas 1,41 - E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo.

Lucas 10:,21 - Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve.

John 16,21 - A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.