O Atos dos Apóstolos, na Bíblia, vem logo depois dos Evangelhos e, nisso, respeita a cronologia dos fatos, pois narra a história das primeiras comunidades cristãs, depois que Jesus subiu aos céus, depois da Ascensão. O livro começa descrevendo exatamente esse fato. Em seguida conta como foi que os apóstolos e outros discípulos de Cristo divulgaram a Boa Nova, primeiro em Jerusalém e depois pelo mundo a fora, até chegar em Roma, que era o centro do mundo de então.
A vinda do Espírito Santo, contada no segundo capítulo do livro, é um elemento essencial, que move os apóstolos no processo de evangelização. Esse evento é chamado de Pentecostes por que era já uma festa existente entre os judeus, que celebrava antes de tudo o tempo da colheita, mas também o dom da Lei no Sinai. E é esse aspecto que evoca o autor quando o Espírito vem sobre os discípulos: uma nova Aliança, uma novo dom é dado ao povo de Deus, que o guirá pela sua estrada.
Depois o livro conta fatos da vida de alguns apóstolos e, a partir do capítulo 9, entra em cena Paulo, que se torna o grande evangelizador dos povos fora de Israel, dos gentios, levando a mensagem de Cristo até Roma, onde é assassinado.
O autor do livro provavelmente é o mesmo do terceiro evangelho, Lucas. No Evangelho ele mostra como Jesus, nascido na Galileia, na periferia, leva a sua mensagem ao centro da religião judaica, Jerusalém. Com a segunda obra, mostra como essa mensagem, partindo de Jerusalém, conquista o mundo inteiro.
A obra é dedicada a um certo "Teófilo" (Atos 1,1). Não sabemos se essa pessoa fosse um personagem histórico ou significasse cada cristão. De fato o nome grego significa "amigo (filo) de Deus (theos)". Portanto, poderíamos dizer que é um livro dedicado a todo aquele que é "amigo de Deus".