Na linguagem bíblica, "sinóticos" é um termo que define o grupo de 3 evangelhos: Mateus, Marcos e Lucas; são os evangelhos sinóticos. Eles recebem essa denominação porque se colocamos os textos dos 3 evangelhos em 3 colunas paraleas, com um "olhar de conjunto" (sinossi em grego), veremos as semelhanças existentes na narração da vida de Jesus, com frases iguais e organização do texto na mesma ordem. Às vezes encontramos apenas pequenas diferenças. O quarto evangelho, de João, embora também conte a vida de Jesus, não entra nesse esquema, pois os seus textos têm outra ótica e a organização dos eventos segundo João é completamente diversa dos 3 outros evangelhos.
Três obras diversas
Para a nossa vida concreta, essa definição representa somente um aspecto didático. Por outro lado é um convite a apreciar as 3 obras como visões diferentes de uma mesma realidade. De fato, embora tenham um "ollhar parecido", os 3 evangelhos representam obras independentes. É possível que um se apoie no outro ou até mesmo em uma fonte comum, mas cada um acentua certos aspectos, vendo Jesus a partir de um ponto de vista peculiar.
Mateus, por exemplo, escreve para uma comunidade que vem do judaísmo e por isso apresenta Cristo como um novo Moisés, ligando Jesus com o texto do Antigo Testamento
Marcos mostra o poder de Cristo, sublinhando os milages, o poder sobre o mal. Talvez o fato de sublinhar esse aspecto da vida de Cristo seja por causa do seu público que devia escolher entre a força do imperador e a força de jesus, pois alguns dizem que o evangelho de Marcos reproduz a catequese de Pedro em Roma.
Lucas, um médico, não conheceu pessoalmente a Cristo. Companheiro de Paulo, tem como público sobretudo os pagãos. Os seus textos sublinham a compaixão para com as classes menos priveligiadas. Nessa perspectiva poderíamos entender a parábola do filho pródigo, que aparece somente nesse evangelho.