Essa frase é dita em Jeremias 1,18 e tem um sentido simbólico, em base a uma realidade concreta, histórica. O primeiro capítulo de Jeremias é um oráculo contra Judá, o Reino do Sul, cuja capital era Jereusalém. É, portanto, também um oráculo contra Jerusalém. Estamos no tempo de Josias (648 - 609 antes de Cristo), um rei que fez reformas religiosas importantes, que praticamente instaurou o monoteísmo, concentrando o culto em Jerusalém. O resultado dessa reforma não agradará tanto a Jeremias, pois sublinha que a adesão foi parcial.
O rei Josias não foi muito feliz nas suas escolhas políticas com os vizinhos da região. Ele queria ir em direção do norte, conquistando territórios assírios. Os egípcios, amigos dos assírios, em 609 vieram ajudar seus amigos contra a ameaça babilonesa. Josias tentou impedí-los, quando passavam pela Palestina. Nessa ocasião foi ferito, na região de Meguido, e morreu.
O contexto do profeta abrange também a destruição de Jerusalém, que aconteceu 22 anos depois da morte de Josias, em 587. A cidade foi destruída pelo exército babilonês, que tinha Nabucodonossor II como soberano.
Sentido figurado do texto
Naquele contexto de guerras, a imagem da cidade fortificada (muralha de bronze) e de um forte exército (coluna de ferro) eram garantias de proteção contra o inimigo. Deus colocava Jeremias como sendo essa garantia. Escutar sua voz, seguir seus conselhor significava garantia de proteção.
O profeta era uma garantia para quem o escutasse. Obedecer às suas palavras significava estar dentro de uma fortaleza, protegido por um exército que garantia segurança e certeza de caminhar nas vias do Senhor.
O profeta recebe a missão de "gritar" aos ouvidos dos diregentes, de toda a terra a mensagem que Deus lhe confia. Se eles escutam, seguirão bem, caso contrário estarão desprotegidos.