É difícil dar uma resposta uniforme, pois cada confissão tem sua própria regra. Na igreja católica, onde a "santa ceia" é chamada de "Eucaristia" e é considerada um sacramento instituído por Cristo na última ceia com os discípulos, antes da Paixão, somente após alguns anos de catequese a criança e/ou adulto podem participar. Para os católicos, é possível participar somente após o batismo. Para outras confissões, peço perdão, porém não sei qual é a práxis.
É importante sublinhar que há uma diferença importante entre a Eucarístia dos católicos e a ceia dos protestantes. Os católicos acreditam que o corpo e o sangue de Cristo, apresentados pelo padre, se transformam em corpo e sangue de Cristo. Os protestantes, invés, não tem essa fé, embora historicamente a questão seja bem complexa, visto que Lutero era favorável à "consubstanciação" (o pão e o vinho mantêm sua natureza, mas ao mesmo tempo se tornam substância do sangue e corpo de Cristo), Zwingli diz que há somente um significado simbólico e Calvino fala de uma presença espiritual e de uma participação real ao corpo de Cristo.
Na Bíblia, o fundamento para essa celebração se encontra no momento em que Jesus diz para repetir, em sua memória, o gesto que fez com os discípulos (1Coríntios 11,24). Mas nada é dito sobre quem pode ou não participar dessa celebração, exceto a recomendação de Paulo aos Coríntios, sobre a coerência que supõe tal liturgia (1Coríntios 11,17-33). Apesar dessa falta de diretiva concreta, é evidente que se trata de uma celebração muito particular e íntima e supõe que quem participe tenha uma relação muito próxima com o mistério que é celebrado. Nesse sentido é quase automático pedir que quem participe sejam pessoas que acreditem nesse mistério e não somente que estejam buscando a própria estrada.