O cristão não só pode como deve celebrar o natal. Trata-se de recordar, celebrar e viver o dom da encarnação do filho de Deus, que veio nos salvar. O "fazer memória" é uma característica tipicamente cristã.
É lógico que hoje em dia o Natal tem muitas armadilhas, mas nenhuma impede que o cristão participe dessa festa. O importante é ter discernimento para julgar o que é digno nesse momento. O perigo maior é cair na lógica do consumismo, que sublinha as despesas, os presentes, ignorando o verdadeiro sentido desse tempo, que é o dom de Deus vindo ao mundo. Por isso aconselho e acho muito importante a construção de presépios nas casas, que recordam a cena contada pelos evangelhos do nascimento de Cristo e faz com que centramos o nosso olhar para esse evento. Os presentes, a festa, a ceia de natal podem ser expressão da nossa alegria pela vinda do Salvador, mas não podem tomar o lugar da recordação desse acontecimento.
Outra coisa que precisamos ter consciência é que o Natal, o 25 de dezembro, é uma data comemorativa e não uma data histórica. Não sabemos o dia do nascimento de Cristo! Sabemos, com certeza, que Deus veio ao mundo para nos salvar, mas sobre o dia do seu nascimento não há nenhuma certeza. Foi estabelecida esta data porque no passado existia uma festa muito importante no mundo romano à qual os cristãos deram novo significado, atribuindo a esse dia o nascimento de Cristo. É também uma data simbólica, pois acontece no período do solstício de inverno, isto é, quando depois do dia mais curto do ano - no Hemisfério Norte - o sol volta a crescre: prevalece a luz sobre as trevas, prevalece Cristo.