Olá D C. Marcos do Rio de Janeiro / RJ !
Respondo por plenitude dos tempos, a partir da perícope de Gálatas 4,1-7, mais precisamente o versículo quatro:
“4Quando, porém chegou a plenitude dos tempos…” (Gálatas 4,4) Bíblia de Jerusalém.
Fiz o estudo desta perícope no trabalho para obter o título de doutorado em Biblia, pela Faculdade de Arqueologia Bíblica dos Franciscanos em Jerusalém intitulado “A escatologia cristã na carta aos Gálatas”. Uma das perícopes com vários termos escatológicos é a de Gálatas 4,1-7. Em Gálatas 4,4, encontramos a expressão “plenitude dos tempos”, com sentido escatológico-messiânico. Entender deste modo facilita a compreensão dos fatos que ocorreram no desenvolvimento da história da salvação no Antigo testamento, e ainda mais, ajudam a encontrar os princípios do agir de Deus Pai em si e por meio de seu filho Jesus (o verbo encarnado) na obra da salvação da humanidade.
A expressão “plenitude dos tempos” se aproxima da escatologia concreta do judaísmo apocalíptico, que pressupõe que Deus tenha em seu poder o tempo e todos os eãos, que tenha estabelecido o tempo assim como todas as coisas do cosmos com uma determinada medida e que leva ao final esta medida para fazer chegar ao termino deste eão, o início daquele futuro. Por exemplo em 4 Esd 6,18ss; e disse
“Eis, chegarão os dias e sucederá que, quando deverei avizinhar-me e visitar os habitantes da terra...quando a humilhação de Sião será cheia e o eão que passa será terminado” (4 Esd 6,18ss)
Concluindo:
Podemos dizer que a expressão “plenitude dos tempos” completa tanto o lugar que ocupa na história salvífica da humanidade, quanto no significado escatológico que possuem.
Para o apóstolo Paulo a expressão “plenitude dos tempos” indica a origem e a decisão primordial, isto é, a data marca por Deus Pai, o tempo determinado e preestabelecido por Deus Pai, com o qual Deus Pai pelo fato de enviar a pessoa de seu Filho Jesus Cristo transforma esta ação em um acontecimento histórico salvífico.
Fonte:
CASONATTO, Odalberto Domingos, Escatologia cristã na carta aos Gálatas, Tese de dissertação para obter o grau de doutorado em Bíblia, Faculdade de Arqueologia Biblica Franciscana, Jerusalém 1993, pág.114-115.