A sua colocação comporta, na verdade, duas perguntas, uma sobre a salvação e a outra sobre o perdão.
Deus nos salvou em Jesus Cristo
A propósito da salvação, podemos ler na Carta de Paulo aos Efésios (2,8):
Pela graça fostes salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é o dom de Deus.
Essa passagem de Paulo deixa bem claro que a Salvação já se realizou, através de Cristo, como dom de Deus a todos os que acreditam. Portanto não nos será revelado se seremos salvos ou não. Deus já colocou diante de nós esse presente. Mas ao mesmo tempo não nos obrigou a aceitá-lo. Somos nós que decidiremos se nos salvaremos ou não.
A salvação passa pelas nossas obras, pela fé que se traduz em obras (Tiago 2,14). Na nossa vida temos que tomar a decisão de nos salvarmos ou não, de acolher a graça dada por Deus ou caminhar pela nossa própria estrada.
A salvação é graça de Deus e nosso compromisso. A parte de Deus já foi realizada e só nós poderemos saber se escolheremos ou não a salvação, pois é fruto da nossa liberdade, da nossa escolha. Deus torce por nós, mas não nos obriga a nos salvar.
Deus acolhe o pecador
O ensinamento bíblico mais eloquente para essa característica divina é a parábola do Filho Pródigo, uma das 3 parábolas da misericórdia contadas por Lucas 15. Quando os pecadores de então se aproximaram de Jesus, as classes religiosas se perguntavam: "esse homem recebe os pecadores?" Jesus então conta essas parábolas que sinteticamente dizem: se um pecador se arrepende, Deus o acolhe de braços abertos.
Na parábola do Filho Pródigo, o pecador, depois de gastar os bens do pai, se arrepende do que fez e quer voltar pra casa. Tem medo e não pretende que o pai lhe acolha como filho que é, mas como um servo. Mas o pai, Deus, o recebe como filho, faz festa.
A atitude de Deus é evidente. Todavia, como para a salvação, precisamos sempre dar um passo; é preciso ter consciência do pecado e querer mudar de vida, arrependendo-se.