As coisas acontecem em nossas vidas por causa das escolhas nossas ou da sociedade em que vivemos. Deus ou o 'inimigo' não intervêm com obras concretas na nossa vida. Uma morte, uma doença, um momento de felicidade são frutos da nossa liberdade, do caminhar no mundo como pessoas, criaturas de Deus, que nos criou com o dom do livre arbítrio. Deus não nos controla com um fio, destinando-nos para esse ou aquele fim. Ele nos deixa livres, colocando diante da nossa estrada a sua indicação, a sua luz e a sua graça. Cabe a nós acolhê-la ou não, viver as ações de cada dia conforme a sua vontade ou longe dEle. É uma escolha pessoal.
É verdade que é muito normal escutarmos "é vontade de Deus", principalmente quando se procura uma resposta a uma situação de desgraça. Isso não é absolutamente verdade. O mal não é nunca vontade de Deus; é fruto da escolha errada nossa ou das pessoas com quem convivemos no mundo.
Ler a história como intervenção divina
É óbvio que a explicação dada acima pode conduzir a uma posição extrema também errada, ou seja, a de considerar Deus completamente ausente da nossa vida. Deus está conosco, é Emanuel! Mas está conosco como um amigo, que não se impõe, que não provoca o mal, mas ajuda e quer o nosso bem e, sobretudo, nos deixa livre. Por isso não é estranho que atribuímos a Ele coisas que acontecem em nossas vidas. É a leitura da história feita a partir da nossa fé. Foi esse mesmo processo que fez o Povo de Israel, que resultou nas histórias contadas nos livros bíblicos.