Os franciscanos da Custodia da Terra Santa vão inaugurar no ano que vem o Terra Sancta Museum, situado no coração da Cidade Velha de Jerusalém, uma exposição permanente para descobrir a história desta terra fascinante onde, há milênios, se tecem os destinos de muitos povos que convivem nos lugares sagrados das três religiões monoteístas. Uma iniciativa única sobre as raízes do cristianismo e a preservação dos Santos Lugares.
"Neste momento histórico, particular e delicado, é de fundamental importância dar a conhecer ao mundo inteiro a história da presença cristã na Terra Santa: para favorecer uma maior consciência das nossas raízes, contribuir à unidade da “família humana” e difundir uma mensagem de paz no mundo”, destacam os seus promotores em um comunicado.
Aos vários peregrinos e visitantes, provenientes dos cinco continentes, será proposto um percurso cultural flexível, medotologicamente rigoroso e dividido em três partes diferentes distribuído na Cidade Velha de Jerusalém e, no futuro, ampliado a outras sedes da Terra Santa. Será um complexo expositivo único, de 2.573 m², composto por três museus (arqueológico, histórico e multimídia), localizados em dois locais.
O Museu Arqueológico surgirá em um lugar de grande relevância para a identidade histórico-tradicional. Alguns pisos, muros e antigas cisternas são restos da antiga Jerusalém. O percurso, que se desenvolverá em várias salas, refletirá de modo cronológico sobre as principais etapas da vida de Jesus. A exposição das peças, incluindo as mais significativas, provenientes das escavações arqueológicas realizadas pelos franciscanos do Studium Biblicum, ao longo dos últimos 150 anos, vai permitir que os visitantes façam uma peregrinação arqueológica virtual pelos lugares Santos e compreendê-los, através dos objetos, o contexto e os tempos históricos de referência.
O Museu "multimídia", concebido no espaçoso Lapidarium do Studium Biblicum Franciscanum, no Convento da Flagelação, terá a vantagem de encontrar-se no lugar onde começa a Via Crucis inspirada pela devoção cristã. Calcula-se que mais de um milhão de peregrinos, cada ano, comecem deste pátio o percurso que leva ao Santo Sepulcro.
No Museu histórico estará exposto um percurso histórico dedicado à Custodia da Terra Santa, que narra, de forma informativa, a presença dos franciscanos na Terra Santa, partindo da viagem de São Francisco realizada no início do século XIII.
A exposição do patrimônio histórico, documental e artístico, fará do Museu uma ferramenta preciosa para compreender o significado da peregrinação à Terra Santa e do papel que os franciscanos tiveram na história.
O património artístico da Custódia é composto por esculturas, pinturas, peças de jóias, raras garrafas de farmácia, livros miniados, ornamentos litúrgicos e registros preciosos.
Com a abertura ao público deste moderno Museu, os franciscanos da Custodia querem revalorizar o patrimônio artístico, arqueológico e cultural conservado durante os oito séculos que passaram nestas terras para custodiar os Lugares onde Jesus viveu.
A entidade fundadora é a Custodia da Terra Santa, fraternidade de religiosos (irmãos menores) que custodia os lugares da Redenção, em conjunto com o Studium Biblicum Franciscanum, instituição científica para a pesquisa e o ensino acadêmico da Sagrada Escritura e da arqueologia nos países bíblicos, com sede em Jerusalém.