Na sua origem, a Páscoa é uma festa judaica, celebrada desde quando os judeus foram liberados do Egito, da escravidão, através de Moisés. Os judeus a conhecem como Pessach (do hebraico פסח, ou passagem), relembrando o fato que Yahweh passou diante da casa dos israelitas no Egito, quando feiu os egípcios, mas livrou as casas dos judeus (veja Êxodo 12,26-27).
A partir da saída do Egito, como prescreve Êxodo 12, os israelitas sempre celebraram a festa da Páscoa e a celebram até hoje. Por ocasião da morte de Cristo, os judeus estavam celebrando a Páscoa, a memória da saída do Egito.
Páscoa cristã
Para nós cristãos, a libertação do Egito é tipo da nossa libertação definitiva, da passagem definitiva de Deus diante de nós, que acontece com a vinda de Cristo, o Filho de Deus, quando nos ama de maneira tão radical que, dando a vida por nós, chama todos à vida eterna. É por isso que a Páscoa para os cristãos continua sendo celebrada, mas recordando não mais somente a libertação provisória do Egito e sim principalmente a definitiva, doada através de Cristo. Podemos dizer que a páscoa cristã tomou emprestado alguns elementos da páscoa hebraica, mas se revestiu de roupa nova.
É provável que logo no início da vida cristã os apóstolos já assumiram esse novo sentido, celebrando a páscoa cada domingo, em seguida transformando'se em celebração anual, como o dia mais importante do ano.
Já nas cartas de Paulo transparece essa evidência, como podemos ler em 1Coríntios 5,7-8:
Purificai-vos do velho fermento para serdes nova massa, já que sois sem fermento. Pois nossa Páscoa, Cristo, foi imolada. Celebremos, portanto, a festa, não com velho fermento, nem com fermento de malícia e perversidade, mas com pães ázimos: na pureza e na verdade.
Dando uma resposta definitiva a sua pergunta, poderíamos dizer que do ponto de vista judaico, a Páscoa foi celebrada pela primeira vez quando os israelitas foram liberados do Egito e, do ponto de vista cristão, quando Jesus morreu e ressuscitou.