Obsolutamente não. A nossa vida é delimitada, no sentido positivo, ao apelo a conformar-se ao modelo que é Cristo. O seu ensinamento deve orientar a nossa vida. Nesse sentido a Lei tem valor para nós ainda hoje. De fato, na concepção hebraica a Lei, a Torah, não significa somente proibições, que às vezes julgamos como absurdas, mas é um verdadeiro caminho que nos conduz a Deus; são como indicações numa estrada, que é a vida, que mostram qual via tomar para identificar a nossa existência com o modo de ser divino.

Recordemos a frase de Santo Agostino, que pode ser considerada um dos princípios da moral cristã. Ele diz: "ama e faz o que queres."Comentando João, a frase quer exortar à responsabilidade para o bem do próximo e não é simplesmente uma exaltação do sentimento ou do capricho individual. É nesse sentido que, por exemplo, uma mesma ação possa ser bem vista ou mal vista aos olhos de Deus. Depende se na sua base está o amor. Afinal não é verdade que se um pai "briga" com um filho, movido pelo amor que impele à educação, não está cometendo um erro? Invés a mesma "briga", sempre em relação a uma criança, provocada por outro fútil motivo pode ser recriminada e não é de acordo com a vontade de Deus.