Mano de Brasília articula da seguinte maneira a sua pergunta:
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Esse tema representa uma questão muito comum aqui no site, pois o nosso público é composto seja por católicos que por protestantes/evangélicos e as duas confissões têm essa importante diferença nas bíblias. Os livros da Bíblia católica são 73, 7 a mais do que os existentes na Bíblia protestante. Todos os 7 livros são do Antigo Testamento: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sirácide) e Baruc.
A histórica dessa diferença é claramente compreensível nas decisões de Lutero, no século XVI, quando se separou da igreja católica e definiu o cânon (lista dos livros) da sua Bíbla, em relação ao Antigo Testamento, conforme àquele dos judeus, que não incluiam os 7 livros citados. Sabemos que os judeus, como os cristãos, tem o Antigo Testamento como livro sagrado, inspirado por Deus (eles não aceitam o Novo Testamento!). Mas para eles os 7 livros não são inspirados, pois foram escritos em grego e não em hebraico, que é tida como única língua inspirada.
O Cânon dos judeus
A bíblia não foi criada de um momento para outro. Os livros entram no cânon (lista oficial) de forma lenta e através de um processo complexo, até que, através de uma decisão histórica, decidiu-se fixar qual era a lista definitiva. Para os católicos e protestantes isso aconteceu, como dito acima, no Século XVI, no período do Concíliio de Trento. Os judeus, invés, estabeleceram a própria lista por volta do ano 90 depois de Cristo, no encontro ("concílio") realizado em Jamnia. Até então muitos judeus usavam também os 7 livros discutidos, mas a partir da decisão tomada, eles passaram a ser considerados apócrifos.
Os cristãos, invés, continuaram usando esses livros, como atestam diversas situações. Lutero os considerou de pouca importância para a fé, mesmo não excluindo definitivamente da própria Bíblia, pois foram imprimidos no final do Antigo Testamento. Só mais tarde eles foram definitivamente excluídos das impressões da bíbblia protestante.
Quem tem razão?
É muito difícil chegar a uma conclusão. Até Lutero, durante mais de 1500 anos, os cristãos usaram, com algumas exceções, os 7 livros. Houve excessões também para alguns livros do Novo Testamento, como o Apocalipse e a carta aos Hebreus, mas esses não foram tirados da lista definitiva por Lutero.
Alguns dizem que mesmo os judeus, no final do I século, retiraram os 7 livros por causa do conflito com os cristãos, numa tentativa de afirmar a própria diferença com a nova religião, que nascia naquele período.
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