A história do recenseamento do povo promovido pelo rei Davi aparece tanto em 2Samuel 24 quanto na citação mencionada (1Crônicas 21). Essa atitude é vista por Deus como um pecado e, a nós que somos acostumados com recenseamentos, nos espanta tal reação do Senhor, que por causa disso manda contra o seu povo uma grande peste. É natural a nossa interrogação.
Para entender essa interpretação da ação do rei é necessário ter claro o ambiente teológico daquela época. Para Israel o grande general era o Senhor. As guerras não eram vencidas pelo poder do exército, mas pela vontade de Deus. Não importava o número dos combatentes, mas a decisão de Deus. Se fosse uma guerra querida por Yahweh, o seu povo vencia.
O recenseamento promovido por Davi tem fundamentalmente o objetivo de saber o quanto potente era o seu exército. Na narração de 2Samuel isso é mais claro do que nas Crônicas. De fato, em 2Samuel se diz o número dos homens "de armas, que portavam a espada". Portanto, por trás dessa atitude do rei existe uma falta de confiança no poder de Deus. Esse é o pecado de Davi: falta de confiança em Deus como o general que conduz o seu exército.