Sem dúvida a sexualidade é um dom de Deus e faz parte da natureza humana. Numa visão superficial, a ausência de sexo na própria vida, como acontece na vida dos padres e religiosos/as na igreja católica, pode parecer uma negação da natureza. Todavia não é isso que acontece.
Há muitas pessoas que não fazem sexo, também leigos, que absolutamente não negam a importância do aspecto sexual na própria vida. Trata-se, muitas vezes, de uma escolha. E, obviamente, a natureza sexual do indivíduo não se reduz à prática do sexo.
O celibato e o voto de castidade
Na igreja católica existem duas situações, que nem sembre são bem claras A primeira pode ser resumida na típica frase: o padre não pode casar! Essa é uma questão disciplinar, que entrou na tradição da igreja há muito tempo, mas é sempre uma questão disciplinar, que não faz parte em si da natureza do sacerdócio e, por isso, eventualmente, pode ser mudada. Essa situação afeta todos os padres diocesanos, ou seja, aqueles padres que trabalham nas paróquias e são diretamente ligados aos bispos, estão ligados a uma diocese.
Outra situação, que não tem a ver com o celibato, diz respeito aos religiosos e religiosas. Esses homens e mulheres fizeram o voto de castidade (junto com os de pobreza e obediência), escolheram viver desse modo. Muitos religiosos são também padres. Por ser um voto, uma escolha livre, não poderão renunciar a ele. Ou seja, se um dia o Vaticano decidir que o padre pode casar, os padres religiosos (os freis, por exemplo), não poderão casar, pois estão ligados ao voto de Castidade.
Na Bíblia
Obviamente esse texto é muito limitado, pois há uma riqueza muito grande por trás do voto de castidade e do celibato na vida da igreja. O mais importante é sublinhar que ser casto é um princípio bíblico e não significa ser assexuado. Significa muito mais, significa dar importância à vida sexual, elevando-a a um nível quase divino. Não se trata nem mesmo de criar um conflito entre quem faz sexo e quem não o faz, como duas realidades contrapostas.
Na Bíblia não se diz nada objetivamente sobre um voto de castidade, mas é comum formas de consagração, como a dos nazireus. E o exemplo de vida casta de Jesus é emblemático e basta para criar um fundamento bíblico à prática dos votos.