Os estudiosos não tem bem claro em definir um deus singular na religião do antigo Egito, pois era uma espiritualidade caracterizada por cultos regionais, mesmo porque a comunicação entre as várias regiões não era fácil. Por isso cada comunidade desenvolvia o seu próprio culto, tinha seus próprios deuses, sem uma política religiosa centralizada.

Um deus muito popular era Osíris (imagem ao lado), que era ligado à vegetação e também à vida depois da morte; era o responsável pelo julgamento daqueles que morriam. O culto a esse deus durou muito tempo na história (veja outras informações).

Não podemos falar de um deus oficial. Alguns faraós tentaram instaurar um monoteísmo, mas não tiveram sucesso (Amenofis e o culto do sol – deus Aton). A religião egípcia é politeísta por natureza. Também se caracteriza por divindades com formas de animais (gato, vaca, etc)

 

Egito e a Bíblia

Sendo um país que faz fronteira com Israel, o Egito influenciou muitas histórias bíblicas. A primeira vez que aparece é quando Abraão foi para lá (Gênesis 12,10-13). Também Agar, serva de Abraão era do egípcia (Gênesis 16,1.3). José, filho de Jacó, foi levado para o Egito (Gênesis 37), onde morou em seguida com toda a família do seu pai (Gênesis 46). Os descendentes dessa família, os hebreus, se tornaram escravos dos egípcios e Moisés tirou eles daquela terra através do Êxodo (Êxodo 12; 14). Esse evento é fundamental no pacto entre Deus e seu povo e a Bíblia comumente se refere a esse acontecimento também como base da ética e modelo de salvação.

No período dos reis, principalmente no tempo de Salomão, entre os dois países existia paz e intercâmbio comercial (1Reis 3,1; 9,16; 10,28-19), mas os inimigos do rei de Israel fugiram para aquelas terras (1Reis 11,17-18). Quando o reino se dividiu, Judá, o Reino do Sul, muitas vezes combateu o Egito (1Reis 14,25), embora durante algum período foram também aliados (2Reis 17,4), mesmo se os profetas diziam que não era conveniente confiar nesse país (Jeremias 42,7-22).

Nos livros proféticos, a propósito dessa desconfiança, aparecem profecias contra o Egito (Isaías 19,1-17; 20,1-3Jeremias 46Ezequiel 29-32; Joel 3,19). Também é dito que o Egito um dia viria adorar Deus em Jerusalém (Salmos 68,31; 87,4; Isaías 19,18-25).

No Novo Testamento, o Egito é o lugar para onde a Sagrada Família foge, como um antítipo do êxodo. Também durante o evento da descida do Espírito Santo, em Jerusalém, haviam entre as pessoas egípcios (Atos 2,10). Em Apocalipse 11,8 é o símbolo espiritual do mundo malvado.