Não é verdade. Essa notícia sensacionalista nasce em parte a partir da ignorância que reina em relação a esta questão e em parte por causa do gosto que as pessoas têm em criar manchetes que provocam e criam suspense.
Há algumas traduções dos textos bíblicos que são questionáveis, sobretudo em relação à decisões de traducir certas expressões originais em determinado modo ou outro. Por exemplo, algumas versões, tentando ser politicamente corretas, traduzem "ser humano" invés de "homem". São traduções que adotam certos princípios, que podem ser partilháveis ou não, mas não são necessariamente traduções erradas.
As traduções modernas são feitas por equipes muito bem preparadas e são, quase sempre, confiáveis e determinadas por uma competência acentuada. Portanto com segurança posso afirmar que a maioria das versões das bíblias existentes no mercado são boas traduções.
É verdade que existem algumas divergências em traduções. Mas na maioria dos casos se trata simplesmente de escolha de vocábulos e não divergências de ideias. Por exemplo, em 1Coríntios 13 alguns traduzem agape como "amor" e outros como "caridade". E como este, existem tantos outros exemplos, seja no Antigo que no Novo Testamento.
Problemas com os manuscritos
Há, é verdade, uma questão que está relacionada também com os textos originais. Sabemos bem que não existem os textos originais da Bíblia, saídos diretamente das mãos dos autores bíblicos. O que temos hoje são manuscritos, alguns mais antigos e outros mais recentes, sempre nas línguas originais (hebraico, aramaico e grego). Há vários casos onde um manuscrito traz uma frase um pouco diversa de outros. Os críticos, graças a técnicas com rigor científico, conseguem determinar qual texto provavelmente seja o original. Para cada variação há inúmeros estudos onde se sugere a versão tida como original. E esse estudo está continuamente em progresso, pois de vez enquanto se descobre algum manuscrito novo, como aconteceu no século passado com os manuscritos do Mar Morto.
Quando alguém se predispõe a traduzir a Bíblia tem acesso a esses estudos e determina que manuscrito seguir. Existe muito consenso e são poucos os casos em que existe uma disputa mais enfática.