O texto diz:
Portanto, se não fostes fieis quanto ao Dinheiro iníquo, quem vos confiará o verdadeiro bem?
Lucas, nesse capítulo, fala algumas vezes da relação com o dinheiro (o administrador infiel, os fariseus amigos do dinheiro...). Obviamente a mensagem tem a ver com esse tema. Para entender a passagem que você mencionou é importante ter presente desde o versículo 9 até o versículo 13 e o título que poderíamos dar é "o bom emprego do dinheiro".
Há uma ideia de fundo: o dinheiro vem da iniquidade. Essa ideia predominou também entre os padres da igreja. Diziam, por exemplo, que o rico ou roubou ou é filho de alguém que robou. Penso que condenar individualmente uma pessoa pelo fato de ser rico é ser severo, mas é verdade que enquanto existirem contemporaneamente pessoas muito ricas e injustiças sociais, o rico alguma culpa tem, ou ao menos é expressão de um mecanismo social que não funciona corretamente do ponto de vista moral.
Esse juízo, em Lucas, é indicado na frase conclusiva da perícope, que vem logo depois do versículo que você cita: "Ninguém poder servir a dois senhores: com efeito ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro" (Lucas 16,13).
Entrando mais profundamente na mensagem de Jesus, temos que sublinhar que a intenção é transmitir um ensinamento sobre a fidelidade e honestidade para o cristão. Ele toma um exemplo de comportamente em coisa ordinária para aplicar numa situação vital mais importante. A coisa ordinária é o dinheiro. Em síntese Jesus diz que se um cristão consegue se comportar de maneira fiel com algo que em geral tem uma procedência injusta, uma riqueza injusta, é provável que será capaz de se comportar bem diante de uma riqueza que provem de Deus, o "verdadeiro bem".
O comportamento do cristão em relação ao dinheiro é o termômetro que mede como ele se comporta com as coisas essenciais da vida, sobretudo com a Boa Nova anunciada por Jesus.