Olá Elisangela Emídio de Duque de Caxias / RJ

 O texto de Lucas nos fala em 7,2-3:

2 “Ora, um centurião tinha um servo a quem prezava e que estava doente, à morte.3 Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-lhe alguns dos anciãos dos judeus, para pedir-lhe que fosse salvar aquele servo.” (Lucas 7,2-3) Bíblia de Jerusalém.

O evangelho de Mateus narra à mesma cura do servo do centurião, em Cafarnaum, mas ao contrário de Lucas o evangelista Mateus mostra que o centurião fala diretamente com Jesus. Não aparece o aspecto de Lucas que mostra o centurião, gentio e romano, com receio de pedir algo para um judeu, Jesus. Observemos o texto de Mateus 8,5-6:

“Ao entrar em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião, que lhe implorava e dizia: 6 Senhor, o meu criado está deitado em casa paralítico, sofrendo dores atrozes.” (Mateus 8,5-6) Bíblia de Jerusalém.

Olhando estes dois evangelistas e suas diferenças na narrativa do texto, podemos entender o porquê que em Lucas o centurião não tem coragem de pedir a cura de seu criado a Jesus. Pede para seus amigos Judeus, os anciãos de Cafarnaum que ele os conhecia muito bem, e Jesus atende!

Porque em Lucas acontece este fato?

 

A descrição do centurião romano feita pelo evangelista Lucas nos fala plenamente do que Lucas entende a situação dos pagãos (no caso o centurião Romano). O seu evangelho é o evangelho que mostra a misericórdia de Jesus. Existe uma nova perspectiva em Jesus. Ele é misericordioso para todos, independente de sua nacionalidade credo ou estado de saúde. Ele veio para salvar a todos. Inclusive os pagão, representado neste caso pelo centurião. Lucas coloca uma embaixada de ancião da cidade de Cafarnaum falando com Jesus. Neste fato ele quer demonstrar a humildade do centurião, um gentio e que se julga fora do recebimento de uma graça divina. O centurião não se achava digno de se apresentar diante de Jesus e de levá-lo a sua casa. Sabemos que um Judeu não se relacionava com os gentios, muito menos o convidava para entrar em sua casa.

Neste caso o interesse dos judeus por este centurião romano indica que ele era um homem de bom coração. Embora fosse autoridade estrangeira no lugar, ele tinha um bom relacionamento e convivência com os judeus de Cafarnaum.

Os judeus chegaram a dizer para Jesus que o centurião “ama o nosso povo” até construiu uma Sinagoga. Poder-se-ia dizer do centurião que era um “Temente a Deus”.