A Páscoa é a celebração do mistério da morte e ressurreição de Cristo e, portanto, foi instituída pelo próprio fato, contado pelos evangelhos. Toma emprestado valores já celebrados pelo povo de Israel, que desde a saída do Egito, da passagem da escravidão para a vida, comemora "Pesach" = "passagem" (Páscoa Hebraica), que nesse ano (ano 5775 do calendário hebraico) se celebra de 4 a 11 de abril.
Jesus nos liberta da morte e nos dá vida. Celebrando a memória do sacrifício de Cristo recordamos a passagem definitiva, da morte para a vida.
Data da Páscoa
Outra reflexão poderíamos fazer em relação à intituição da data da Páscoa, que é flexível, determinada pela lua, como acontece no calendário hebraico. Na tradição cristã, desde o IV século, a Páscoa cai sempre no domingo depois da primeira lua cheia, depois do dia 21 de março, início da primavera no hemisfério norte e outono no hemisfério sul.
Os judeus celebram a páscoa hebraica no dia 14 de nissan. É provável que os cristãos, até o II Século depois de Cristo, também celebravam nessa data a Morte e Ressurreição de Cristo, pois, como conta João, Cristo teria morrido em concomitância com essa festa.
No Concílio de Niceia, celebrado em 325, foi decidido celebrar de forma mais absoluta a ressurreição de Cristo, separando-a da festa hebraica. A partir de então se institucionalizou a data que usamos até hoje, essa data flexível, o primeiro domingo depois da lua cheia de março | abril (2015 = 5 de abril | 2016 = 27 de março | 2017 = 16 de abril | 2018 = 1 de abril).
Nota bem
Não está correto dizer "instituída a Páscoa na Igreja Católica Romana", pois a Páscoa é uma tradição da Igreja como um todo e mesmo as divisões que seguiram herdaram a história da Igreja. Podem, é verdade, aceitar ou não certas tradições, mas não é possível ignorá-las como próprias, de si mesmas.