O "discípulo amado" ou o "discípulo que Jesus amou" aparece seis vezes no Evangelho de João:
- 13,23-25: É o discípulo que pergunta, na última ceia, quem será o traidor.
- 19,26-27: Jesus, na cruz, diz a ele, apresentando Maria: "eis a tua mãe"
- 20,1-10: Quando Maria Madalena, no dia da ressurreição, enconta o túmulo vazio, corre a anunciar ao discípulo amado e a Pedro a boa notícia.
- 21,1-25: é um dos pescadores que participam na pesca milagrosa.
- 21,20-23: Quando Jesus diz a Pedro como morreria, Pedro pergunta ao discípulo amado: "o que acontecerá contigo?" Jesus responde: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa".
- 21,24: afirma que o discípulo amado é quem "dá testemunho dessas coisas e foi quem as escreveu", falando do Evanglho.
Desde tempos muito remotos se atribui a João a identidade desse apóstolo. É provável que tendo escrito ele mesmo essas palavras, por modéstia, não quis identificar-se.
Penso que poderíamos interpretar em dois modos diferentes a atribuição a João desse título.
João se considerava amado: a auto definição de João como "discípulo amado" não quer dizer necessariamente que ele foi mais amado do que os outros. Pode ser uma interpretação subjetiva, que não exclui o amor de Jesus para com os outros discípulos. João não é o mais amado, mas é amado!
Todos somos discípulos amados: a passagem em João 21,21 dá a entender que o discípulo amado existirá até que o Senhor volte ("Se eu quero que ele permaneça até que eu venha..."). Essa frase pode sugerir uma interpretação simbólica, isto é, que todos os discípulos serão amados sempre, até que Ele volte, para sempre!