Obviamente essa pessoa deve deixar o seu marido. E não só. Deve denunciá-lo às autoridades competentes, pois se trata de um crime e o marido violento deve ser perseguido pela justiça e pagar pelo que fez.
Contudo esse caso não torna inválido o ensinamento evangélico que diz que o que Deus uniu o homem não deve separar, que o matrimônio é um víncolo indissolúvel, que é para toda a vida e para desfazê-lo não basta nem mesmo a traição (veja aqui).
O texto clássico para refletir sobre a questão é Mateus 19,3-6. Acho evidente que o ensinamento de Jesus é muito claro, que sublinha o valor eterno do casamento. Acredito que só a morte pode tirar esse víncolo. Mas não significa que uma pessoa, sobretudo mulher, deve sofrer ao lado de uma pessoa violenta, que não ama. Nesses casos é cristão se separar!
O problema, na verdade, não está na separação, mas no novo casamento. Coloca-se a questão a partir do momento que uma pessoa separada se casa novamente, com um víncolo já existente. Nesses casos há um pecado, uma falta humana, algo que não é conforme a vontade divina. Mas penso sinceramente que cabe a Deus julgar tais eventualidades.
Penso que devemos ter consciência da santidade do matrimônio e não sublinhar a sua transitoriedade. Se algo errado acontece, coloquemos nas mãos misericordiosas do Pai o nosso erro e não tentemos justificá-lo.