Temos que prestar atençõa, pois corremos o risco de nos interregar se Jesus falou das suas próprias imagens, se os apóstolos, nos Atos ou em alguma carta de Paulo, comentaram se as estátuas de santos (apóstolos, mártires, Maria, etc) são ou não lícitas segundo a fé cristã. Todo o culto e veneração às pessoas que se distinguiram pela própria virtude no seguimento de Cristo nasceu com a história e não tem nenhuma referência na Bíblia.
A única coisa que podemos dizer é que figuras importantes do Antigo Testamento eram estimadas pelos judeus, eram tidas como exemplos (Abraão, Moisés, Enoch, Elias, os profetas...). Os judeus, como era Jesus e também os apóstolos, não tinham imagens desses personagens, pois não condizia com a tradição religiosa judaica.
A tradição cristã, desde muito cedo, como se pode ver, por exemplo, nas catacumbas de Roma, começou a exprimir a própria veneração com imagens. Provavelmente porque os cristãos de origem grega ou romana não tinham a tradição cultural que era típica da religião hebraica e as imagens faziam parte da própria cultura, como também fazem parte da cultura ocidental, onde o aparecer é muito mais importante do que o ser.
O problema de fundo - e nisso os protestantes e evangélicos podem ajudar a católicos e ortodoxos - é a ênfase dada às imagens, às representações de santos, de pessoas que foram exemplo de seguimento de Cristo. Eles não são deuses, não ocupam o lugar divino e nem mesmo semi-deuses. São faros, que indicam a direção a seguir, que mostram aonde está Deus. Se a imagem de um santo serve a esse objetivo, não há nada de anti-bíblico. Se invés ocupa o lugar de Deus, trata-se de idolatria, condenada pela Lei de Deus.