O que nos leva ao Inferno é a falta de fé em Deus e não o acender vela para o anjo da guarda. Tenho certeza que o fato que lhe levou a acender uma vela não foi a falta de fé, mas a confiança na bondade de Deus, na sua compaixão, concedida a quem suplica com confiança.
O anjo é um mensajeiro de Deus, muitas vezes, na Bíblia, confundido com o próprio Deus. É uma forma de comunicação entre Deus e o seus servos. Pensemos, por exemplo, na visita dos anjos a Abraão, em Mambre (Gênesis 18), na luta de Jacó com o anjo (teomaquia - Gênesis 32,24-34), ao anjo Gabriel que anuncia o nascimento de Jesus...
Toda vez que tenho que falar sobre santos, anjos, que aparece o tema da mediação, da veneração, do conflito entre católicos e evangélicos em relação a estátuas, digo que o importante, aquilo que determina a Bíblia é que não existia idolatria. Quem é católico e segue certas práticas passadas pela tradição precisa fazer exame de consciência e ver se quem ocupa o primeiro lugar é Deus ou não. Por outro lado, quem não aceita certas formas de culto precisa abrir o próprio coração e se dar conta que não é dono da verdade. Cada um precisa criar espaço para o outro e saber aceitar a diferença, encontrando-se todos no caminho em direção ao Reino de Deus.