O livro dos Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas, mesmo autor do terceiro Evangelho, conta a história da comunidade primitiva, a primeira comunidade cristã, e da difusão do evangelho, de como a mensagem de Cristo, morto e ressuscitado, saiu de Jerusalém e chegou até o centro do Império Romano, Roma.
É um livro que esteve sempre presente na Bíblia e cuja autoridade em nenhum momento foi colocada em discussão. Por isso não há dúvidas que esse livro serve sim para fundamentar doutrinas. Por exemplo, é graças às decisões tomadas no Concílio de Jerusalém, tendo como protagonistas os que queriam que a comunidade continuasse as tradições dos judeus e Paulo, que queria que a mensagem cristã fosse dirigida também aos gentios, àqueles que não pertenciam aos judeus, que o evangelho se expandiu, saiu do contexto da sinagoga e ganhou o mundo.
Da mesma maneira, a descrição da primeira comunidade, presente em Atos 2,42-47, a comunhão existente entre os primeiros cristãos, é de exemplo pra nós até hoje e significa um ideal a ser perseguido.
Hoje há muitos modos de anunciar a Palavra de Deus, com os meios de comunicação, como esse da internet que usamos. Isso faz com que também muitas pessoas possam pretender ser evangelizadores. Passamos de um extremo ao outro: antes o evangelho estava nas mãos de poucos e hoje todo mundo pensa que é dono da verdade, que pode sair gritando o que os autores bíblicos queriam dizer. Quem pretende anunciar a Palavra de Deus precisa fazer um exame de consciência e ver se está colocando em primeiro lugar a revelação ou a sua própria verdade. Além disso, quem escuta as pregações deve vigiar, ter sensibilidade crítica e saber "desconfiar", com sabedoria.