Olá Erica Bezerra da Costa de Acarapé / CE!

Sua pergunta é ampla e perguntas por vários grupos políticos e de tendências religiosas dentro do Judaísmo na época de Jesus.

Francamente não sei por onde começar, pois o assunto é vasto.

Para responder devemos conhecer elementos de agricultura e pratica religiosa da Palestina da época de Jesus.

A economia da Palestina no século primeiro.

Folheando o texto Bíblico do Novo Testamento encontramos inúmeras passagens que retratam o modo de alimentação dos Judeus.

Para responder sua pergunta devemos conhecer o caráter político dos grupos que a pergunta expressa; os Essênios, Fariseus, Saduceus e os Zelotes sem deixar de falar, da questão dos costumes religiosos de alimentação do Judaísmo e destes grupos.  No Antigo Testamento o livro do Levítico capítulo 11, dita as regras referentes ao que é puro ou impuro. Os animais que poderiam servir de alimentação ou não, etc.

O assunto é vasto, merece uma verificação de sua parte. Poderá ajudar muito na compreensão.

Apesar da região da Palestina ser praticamente de clima desértico, e com imensas áreas improdutivas (comparando com a riqueza do Egito servida pelo rio Nilo ou a Mesopotâmia como rio Tigre e Eufrates), o povo conseguia sobreviver estas durezas do clima desértico, com pouca chuva e terra própria para a agricultura.

Alguns produtos e animais que formavam o conjunto da produção e alimentação do povo judeu na Palestina do tempo de Jesus.

A agricultura:

O cultivo do trigo (era o alimento básico em todas as casas dos moradores da Palestina). Na Bíblia encontramos inúmeros textos que falam desta atividade. (A história da família de José, as parábolas de Jesus, o semeador, o grão de trigo etc.., os celeiros. Todas as cidades da Palestina tinham celeiros para guardarem o grão para servir de alimento o ano todo, a arqueologia nos indicam esta preocupação nos achados arqueológicos das cidades).

O cultivo da cevada, a figueira, a oliveira, a vinha e a produção do vinho.

 

Outras frutas e legumes: lentilhas, ervilhas, alface, chicória, agrião etc.

A abundância de frutos e legumes na cidades de Jerusalém chegava ao ponto do ditado: Em Jerusalém o peregrino  encontra em grande quantidade frutas e legumes.

Podemos falar de frutas bíblicas como o romã, o figo a tâmaras do deserto. Podia se encontrar maças na Galiléia, nozes etc.

A Pecuária.

Por ser um país de deserto e montanhas, facilitou a criação de animais. A Bíblia fala desta atividade desde o livro do Gênesis.

O sistema religioso do sacrifícios de animais no Templo de Jerusalém incentivava esta atividade.

Existia criação de animais de grande porte: bois, camelos e de pequeno porte: ovelhas cabras etc.

Tiravam desta atividade a sobrevivência.

A indústria da pesca.

No mar da Galiléia, existia a pesca e a indústria do peixe. A maior parte dos discípulos de Jesus eram pescadores. Para conservar a carne de peixe secava-se ao sol.

Cara Erica, deixo algumas informações neste assunto que é vasto. Encontraras farto material que ajudar-te-á a fazer um bom estudo e debate neste seminário bíblico. Bom estudo.

Consulta:

SAULNIER, Christiane, ROLLAND, Bernard, A palestina no tempo de Jesus, cadernos Bíblicos 27, tradução de José Raimundo Vidigal, 2ª. edição, Paulinas, São Paulo, 1986, pag. 30ss.

Nota: Deixo uma descrição do cozinheiro marcelo menyon em seu blog o confeiteiro” sobre a alimentação na época de Jesus.:

Em 7 de junho 2015: http://www.oconfeiteiro.blogger.com.br/

“Na Palestina do tempo de Jesus, os alimentos eram, temperados com açafrão, alho, anis, canela, cebola, cominho, cravo, gengibre, gergelim, louro, manjerona, orégano, noz-moscada e salsa.

O trigo era alimento importantíssimo, vindo em seguida à cevada.

O pão e o mel tinham grande prestígio.

Come-se, também abóbora, agrião, alcachofra, alho-porro, aspargos, couve e salsão frescos.

Alcaparras, azeitonas e pepinos ficavam na salmoura.

Ervilhas, favas e lentilhas eram grãos secos fundamentais.

Serviam para fazer sopa, uma preparação muito difundida.

Os leites de ovelha e cabra eram os mais populares.

O de vaca, raro e caro, destinava-se às pessoas abastadas.

Com o leite se preparava creme, manteiga e queijo.

As carnes principais eram de cordeiro e cabra, assadas na brasa ou cozidas em bebida, vinho ou cerveja.

No século I, o filósofo e historiador grego Plutarco elogiou as romãs e tâmaras de Jericó.

Outras frutas eram abricó, figo, uva e maçã.

A noz tinha o status do nosso bombom.

Mas, no banquete derradeiro, Jesus se limitou a comer com os discípulos alimentos da liturgia judaica: ervas amargas para relembrar o sofrimento que a escravidão causou ao povo hebreu, pão em memória da fuga do Egito, pois não havia tempo para a massa levedar, e carne de cordeiro.

Em A Última Ceia, Leonardo ignora esse cardápio e apresenta comidas de seu tempo.

Sobre a mesa, os estudiosos identificam enrolados de pão, purê de nabos e rabanadas de enguia, além de sete copos vazios que poderiam ter contido vinho tinto.

Aliás, as uvas da Palestina deviam ser de qualidade, pois jamais faltou vinho, bebido ali e exportado." ( O Confeiteiro)