Uma das características mais destacadas de Deus, revelado em Jesus Cristo, é o seu ser misericordioso. Ele condena sempre o pecado, pede às pessoas que se convertam, que mudem de vida, que reconheçam o próprio erro, mas não afasta nunca o pecador. Está de braços abertos, esperando que o filho, arrependido, volte para casa (veja as 3 parábolas da misericórdia, em Lucas 15). Essa misericórdia divina é resumida com a frase de Lucas 15,7:
Haverá mais alegria no céu por um só pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.
É muito importante sublinhar que por trás da acolhida, de braços abertos, do Pai há o movimento decidido do pecador, de se aproximar, de reconhecer o pecado, de ter vontade de mudar de vida. Sem esse passo de quem comete pecado, não possibilidade de reconciliação.
A ação que você propõe é absolutamente recomendável, sobretudo em relação ao arrependimento. Atos externos comprovam e reforçam a vontade de mudança, de decisão em deixar para trás uma ação má, contrária à vontade de Deus. A penitência, historicamente dada aos penitentes que se confessam, tem essa índole. Se alguém se arrepende, precisa demonstrar com ações a vontade de transformar a própria vida. Se alguém, próximo a você, quer participar dessa transformação, embora não seja necessário, não é uma coisa negativa.
Cada um encontra, de modo subjetivo ou ajudado por um confessor ou orientador espiritual, o modo de fazer penitência. O importante é a vontade de reparar o mal feito.
Às vezes é importante notar também que o pecado tem consequências sociais e não apenas pessoais e com Deus. O pecado cria, muitas vezes, situações de opressão do próximo. A vontade de conversão precisa trabalhar também para que essa opressão seja reparada, onde ela aconteceu. Por isso, fazendo um exemplo banal, se roubo, não basta reconhecer a própria culpa e confessar meu pecado para Deus; é necessário também reparar o dano causado ao próximo, restituindo o roubado, na medida do possível.