O sábado, segundo a Bíblia, é a maior das festas. No princípio da criação, Deus abençoou e santificou o sábado (Gn 2,3). É memorial da criação e também da obra da salvação. Pela prática do sábado, Israel, ainda hoje, testemunha o Deus criador e deixa que Deus invada o seu mundo. Essa intimidade com Deus vivida no sábado é um modo de deixar-se invadir pelo Sagrado dentro de um tempo determinado, ou seja, entrar no sábado é entrar no tempo da eternidade, viver totalmente em Deus. Por isso o judeu celebra o sábado esperando o “dia que será inteiramente shabbat”.

Essa revelação é concebida em vista da redenção que o sábado prefigura e antecipa.

Estas ideias são muito importantes e explicam o porquê o domingo se tornou central no cristianismo. O dia que será inteiramente shabbat é o tempo da era messiânica. Ora, para o cristão, Jesus é o Messias, sendo assim estamos na era messiânica. Ele é a manifestação dessa comunicação, dessa presença divina no mundo. Ele, o Deus conosco, já é a realidade do mundo futuro que Israel experimenta no Shabbat. Teologicamente o domingo não é primeiro dia da semana, mas o 8º dia, dia em que, através da morte e ressurreição de Jesus, nós entramos na eternidade.

Portanto, para o cristão, o domingo não substitui o sábado, mas é a plenitude do sábado.