Ezequiel 9 conta que Iahweh ordena a um homem "com um estojo de escriba na cintura":
"Percorre a cidade, a saber, Jerusalém, e assinala com um sinal a testa dos homens que gemem e choram por causa de todas as abominações que se fazem no meio dela".
A outros Deus ordena:
Percorre a cidade atrás dele e feri. Não mostreis olhar de compa
ixão nem poupeis a ninguém. Velhos moços, virgens, crianças, mulheres, matai-os, entregai-os ao exterminador. Mas não toqueis ninguém daqueles que trouxerem o sinal na fronte." (Ezequiel 9,5-5)
Quando a Bíblia foi traduzida para o latim (Vulgata), invés de "sinal", que está escrito no original, usou-se "tau", que é a última letra do alfateto hebraico e corresponte ao "t", e tem a forma de cruz. É um símbolo muito usado pelo mundo franciscano, pois muito estimado por Francisco de Assis.
Paralelo ao texto de Ezequiel poderíamos colocar também Apocalipse 7, com os 144 mil que são marcados com o "selo do Deus vivo".
Sinal da cruz traçado na cabeça na liturgia católica
Não sei bem a qual ação católica você se refere na pergunta. Na liturgia católica, o sinal da cruz é traçado, por exemplo, na celebração do batismo. Depois do celebrante, também os pais e padrinhos traçam o sinal da cruz na fronte do batizando, simbolizando a missão que têm de educar de maneira cristã o filho.
A profecia de Ezequiel 9
O contexto histórico no qual está inserido esse texto profético é muito claro: estamos num período dramático da história de Israel, quando Israel está para ser tirado da sua terra, Jerusalém conquistada pelo inimigo e o templo destruído. O povo será levado para a Babilônia, exilado. Ezequiel vê tudo isso como um castigo, como a mão de Deus que pune a culpa do seu povo, a sua infidelidade.
Ao mesmo tempo fica um pouco de esperança. Nem tudo está destruído: os que são marcados com um sinal são poupados, são salvos. São aqueles que reconhecem o pecado, "que gemem e chorm por causa de todas as abominações que se fazem"
Tudo isso já aconteceu com Israel, há seis séculos antes do nascimento de Cristo. Todavia é uma admoestação que vale também para nós: somos convidados a reconhecer nossas faltas, à conversão, na esperança de sermos acolhidos pela misericórdia divina, de sermos ungidos com o seu sinal.