A ordenação das mulheres como sacerdotes parece não ser uma das questões discutíveis dentro da Igreja Católica, principalmente por que ainda vige quanto dito pelo falecido Papa João Paulo II, em 1994, na Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, um texto breve e muito claro. Nela se encontram as razões supostamente teológicas sobre as quais a igreja católica exclui as mulheres do sacerdócio ministerial.

Além desse texto, há ainda o Catecismo da Igreja Católica que é muito claro, quando fala, no número 1577, sobre quem pode receber o sacramento da ordem:

Só o varão (vir) baptizado pode receber validamente a sagrada ordenação. O Senhor Jesus escolheu homens (viri) para formar o colégio dos Doze Apóstolos, e o mesmo fizeram os Apóstolos quando escolheram os seus colaboradores para lhes sucederem no desempenho do seu ministério. O Colégio dos bispos, a que os presbíteros estão unidos no sacerdócio, torna presente e actualiza, até que Cristo volte, o Colégio dos Doze. A Igreja reconhece-se vinculada por essa escolha feita pelo Senhor em pessoa. É por isso que a ordenação das mulheres não é possível.

 

E o futuro?

Acredito, pessoalmente, que não é um pecado falar sobre esse tema e penso também que seria uma conquista importante para as mullheres. É impressionante ver as celebrações importantes, com tantos homens sobre o altar quando sabemos bem que nas nossas comunidades, quem toca pra frente a vida cristã são as mulheres. Se fosse padre ou membro da gerarchia, me sentiria muito mal, como me sinto sendo membro da igreja católica.

Por outro lado não penso que seja uma questão de conquista de poder, pois o sacerdócio é um serviço e não um "poder". Precisa ser repensado o papel da mulher na igreja. Ela já aparece tanto, efetivamente, mas o trabalho delas não está presente no rosto 'público' da igreja católica.

Para que haja uma mudança nesse sentido, tenho certeza ser fundamental poder debater também sobre um possível sacerdócio feminino dentro da Igreja Católica.