Olá Paulo Tomé de Guarulhos / SP!
Uso da escrita na vida diária no tempo de Jesus.
Das informações que colhemos das leituras dos manuais de interpretação bíblica, na época de Jesus, as pessoas de todos os tipos sabiam ler e escrever. Portanto não eram analfabetas, em conseqüência os apóstolos, embora pescadores de origem humilde, sabiam ler escrever, e os rudimentos da matemática, pois muitos trabalhavam na indústria da pesca, e alguns até eram empresários. Sobre isso, Alan Millard, professor de hebraico e de línguas semíticas antigas, observou: “A escrita em grego, aramaico e hebraico era comum, e era usada em todas as camadas da sociedade.” Ele acrescentou: “Era nesse ambiente que Jesus trabalhava.”
Muitas vezes ouvimos afirmações descabidas e inconseqüentes, de que os textos dos Evangelhos “surgiram numa sociedade completamente analfabeta”, o professor Millard escreveu: “Isso é improvável, visto que a escrita era conhecida em toda a parte Por isso, geralmente havia pessoas presentes que poderiam escrever algo queouvissem, quer para seu próprio uso, quer para informar outros.”
A tradição judaica tinha interesse que todos pudessem ler ou escrever, não somente memorizar os textos.
Assim um Pai de família deveria ensinar a profissão ao filho. Pedro trabalhava na indústria da pesca de seu Pai no lago de Genesaré. Quanto ao ensino da Religião e do conhecimento da Tora, existia junto a Sinagoga, uma escola.
Os pais contavam com o auxílio da sinagoga. O hebraico era língua sagrada, e usada apenas nas funções religiosas. Os meninos das vila aprendiam a Torá e a escrita junto com a leitura hebraica. O processo era a de repetição tantas vezes até decorar. O estudo permitia que os meninos, aos treze anos, fizessem o rito de iniciação chamado deBar Mitzvah. Neste dia o menino, lendo e interpretando uma passagem da Escritura diante de sua comunidade, demonstrava ter o discernimento necessário para tomar decisões.
As meninas eram excluídas: Não tinha aulas de escrita e leitura, pois não iriam precisar na vida. Apenas elas aprendiam a interpretar a lei ouvindo no sábado a palavra dos rabinos.
O uso do material escolar:
Era utilizado na sinagoga, o rolo da Torá. Os meninos aprendiam a manusear estes livros e interpretá-los.
O processo de aprendizagem era de memorização e possivelmente na escrita era utilizada uma lousa.
Portanto o material escolar era simples: um estilete, uma espécie de lousa escolar e um rolo de pergaminho com versículos dos profetas, alguns salmos e trechos do Levítico.
Os anciões, sacerdotes e doutores da lei sabatinavam os jovens, para aquilatar seus conhecimentos sobre a história e a religião dos hebreus.
Desta forma, os jovens que se sobressaíam passavam pela bênção da virilidade, que significa a apresentação do adolescente, perante a comunidade, como adulto.
O apóstolo Pedro, e os outros apóstolos como todo o jovem hebreu da época passaram por este processo. Por exemplo: não podemos dizer que Pedro era uma analfabeto porque era pescador.
Judas que era o tesoureiro do grupo dos discípulos sabia muito bem como controlar as receitas do grupo.
Finalizando, talvez pudessemos dizer que os apóstolos eram incultos! Mas não eram analfabetos. Não eram letrados como o Apóstolo Paulo, mas eles desenvolveram traços importantes da inteligência, como falar em público usando recursos da retórica, o que o tornaram bons pregadores, muitas vezes arrebatando às multidões com seus sermões.