Como religião, somos todos cristãos, nós que acreditamos em Cristo como filho de Deus. Existem diversas confissões cristãs, mas a religião é sempre a mesma: católicos, ortodoxos, evangélicos, pentecostais somos todos cristãos.
Nós temos uma ideia estranha da religião, da fé em Deus. Essa fé se exprime em diversas maneiras, com convicções diversas, com regras diferentes, que mudam de comunidade para comunidade. Normalmente a minha fé não é estéril: tem que produzir frutos no quotidiano, dentro de uma comundiade. Deus não é algo abstrato, mas se revela ao mundo através da história; escolheu um povo concreto para se revelar! Não posso ser um seguidor de Deus de forma abstrata, mas dentro de uma comunidade. Penso que, por coerência todo cristão autêntico precisa pertencer a uma comunidade. É claro que essa pertença tem as tensões próprias de toda relação: pode ser que uns participam mais do que outros, que não se acredite em tudo o que se diz, que não se concorde plenamente com as práticas atuadas. Todavia é a minha comunidade, ou por que nela cresci e fui educado ou por que a escolhi por causa daquilo que ensina. O fato de pertencer com convicção a uma comunidade indica o nível de maduridade da própria fé: quem pula muito de uma comunidade para outra tem algum problema na própria fé. É claro que excluo o processo, muitas vezes necessário, de busca. Mas a busca de uma comunidade não pode durar toda a vida.
De qualquer forma, sublinho que a existência de várias confissões, de várias igrejas, é em si um pecado, que acusa a todos nós cristãos. De fato, a vontade de Jesus era que fôssemos um, como Ele, o Pai e o Espírito Santo são unidos. Até quando não alcançarmos a união, o Reino de Deus não está sendo realizado.